FACULDADE SENAI SERÁ INAUGURADA EM MARÇO DE 2014 COM FOCO EM ÓLEO E GÁS
Por Rafael Godinho (rafael@petronoticias.com.br) –
Maior centro de cursos técnicos do Estado do Rio, o Senai está ingressando também na área de graduação. Segundo Alexandre dos Reis, diretor de Relações com o Mercado no Sistema Firjan, a Faculdade Senai deve ser inaugurada em março de 2014, com a intenção de formar profissionais qualificados, em suporte a outras atividades praticadas pela Firjan. Inicialmente, serão oferecidos cursos de graduação em metalurgia, meio ambiente e automação, com foco particular nas necessidades do setor de petróleo e gás. Em entrevista ao Petronotícias, Reis comentou esse e outros projetos do Sistema Firjan, a estratégia da entidade e futuros passos na formação e na qualificação de novos profissionais do setor de Óleo & Gás. De acordo com o executivo, até o fim deste ano a Firjan terá investido R$ 135 milhões em atividades de ampliação, instalação de novas unidades e aquisição de equipamentos. Em 2014, a entidade espera manter o mesmo volume de investimentos.
Como tem sido a forma de atuação da Firjan no Estado do Rio?
Estamos montando um mapa estratégico para óleo & gás na Firjan, para ser incluído um capítulo sobre o assunto no plano estratégico 2015-2019 e no mapa de desenvolvimento do Estado. Já conversamos com um grupo de onze empresas, de petróleo & gás e subsea, e vamos, com o pessoal de operação e serviços, traçar a demanda do que essas empresas desejam. Além disso, participamos ativamente em espaços organizados por IBP, Onip e Rede Petro, capturando as demandas e respondendo sob forma de investimentos, portfólio, soluções, tecnologia e posicionamento.
Sobre a questão da mão-de obra, como vocês identificam precisamente as qualificações necessárias?
Temos um processo chamado Comitê Técnico Setorial, do qual fazem parte as empresas. Estamos sempre cobrindo Prominp, Onip, Rede Petro, Petrobrás, Abimaq, Abespetro etc, ouvindo essas entidades representantes da indústria e traduzindo isso em treinamento. O problema da formação profissional é a questão da dificuldade da mão de obra qualificada e técnica. Quanto a isso, estamos nos movimentando há muito tempo, mas trata-se de uma consequência. Temos que atacar as causas, e uma delas é a educação básica muito ruim. Usamos então o Sesi para aumentar e nivelar a escolaridade, para que essas pessoas possam acompanhar o curso do Senai. Uma de nossas ações é o Sesi Matemática, um projeto grandioso no qual vamos desenvolver e aplicar uma metodologia inovadora para ensino da matemática.
Como ocorre esse processo junto ao trabalhador não qualificado, para suprir a carência de educação básica?
Na entrada da pessoa, analisamos o seu nível de escolaridade e, se for perceptível a necessidade, o Sesi trabalha nisso antes de iniciar o curso. O Pronatec é outro projeto importante. Ele é voltado para o primeiro emprego, de forma que daqui a cinco ou seis anos haja profissionais com senioridade exercendo a função. O fato de promover uma formação básica com a qualificação primária não significa que haja profissionais para operar imediatamente. Esse profissional só será pleno após alguns anos de trabalho. E se tornará sênior após uns oito ou 10 anos de maturidade.
Além de mão de obra básica desse setor, existe formação de supervisores?
Sim. Somos hoje o maior centro de cursos técnicos no Estado do Rio de Janeiro. A novidade é que vamos entrar na parte de graduação técnica, de tecnólogo, nas áreas de metalurgia, meio ambiente e automação, com foco em petróleo e gás. A Faculdade Senai já foi autorizada pelo MEC e vai começar em março de 2014. Ficará onde já existe o complexo do Senai, na rua Mariz e Barros, na Tijuca (RJ). Temos a graduação em Petróleo & Gás também. Estamos preparados para atender todos os níveis da educação.
Qual é a previsão de investimentos da Firjan?
Em média, temos programado investimentos na ordem de R$ 100 milhões por ano nas unidades do Senai, em ampliação, novas unidades e equipamentos. Nosso volume de investimento em 2013 deve alcançar a marca de R$ 135 milhões. Para 2014, provavelmente manteremos o mesmo valor, já que a demanda é grande. Em 2012, foram aplicados R$ 121 milhões. Esse ano, vamos superar essa marca. Mas a média, nos últimos quatro anos, tem ficado em torno de R$ 100 milhões.
A Firjan atua hoje em quantos municípios?
A Firjan atua apenas no Estado do Rio e cobre hoje 23 municípios, que respondem por cerca de 72% do PIB estadual. Temos 68 unidades do Sesi Senai espalhadas pelo estado todo. É uma cobertura muito forte, uma capilaridade muito boa. Estamos em Campos, Itaperuna, Macaé, Friburgo, Serra etc. O Sul Fluminense está muito agressivo [na demanda por mão de obra].
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