RADIX VAI FAZER GESTÃO DE CONVÊNIOS DA PETROBRÁS COM INSTITUIÇÕES DE PESQUISA | Petronotícias




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RADIX VAI FAZER GESTÃO DE CONVÊNIOS DA PETROBRÁS COM INSTITUIÇÕES DE PESQUISA

Por Rafael Godinho (rafael@petronoticias.com.br) 

Luiz Eduardo Rubiao, Radix - Foto: Rafael Godinho

Neste trimestre, a brasileira Radix, de software e engenharia, fechou um contrato com a Petrobrás para auxiliá-la no acompanhamento dos seus mais de mil convênios assinados com instituições de pesquisas, dentro do âmbito de Óleo & Gás e Energia. Segundo Luiz Eduardo Rubião (foto), presidente da companhia, o acordo não envolve tanta engenharia quanto gostaria; no entanto, defende que o momento é de diversificar negócios, uma vez que novos contratos com a petroleira estatal devem retornar ao seu desempenho tradicional somente por volta da metade de 2014, mesmo após a realização de três rodadas de licitações no setor. Até lá, para Rubião, é importante que as empresas levem a sério a necessidade de diversificar suas áreas de atuação e sua lista de clientes. “É preciso aguardar e sobreviver até lá, porque tem algumas que correm o risco de morrer“, sentenciou o executivo.

A Radix assinou algum contrato novo recentemente?

Começamos um novo contrato em setembro com a Petrobrás, mas não tem muito a ver com engenharia. É um projeto do Cenpes para auxiliar o pessoal da Petrobrás a acompanhar os cerca de 1.400 convênios feitos com universidades e fundações do Brasil todo, a exemplo do CTDUT. Cada um desses convênios desenvolve um trabalho de pesquisa que recebe os recursos provenientes daquele 0,5% da cláusula de Pesquisa e Desenvolvimento da ANP. Eles precisam ser acompanhados: saber se está andando bem ou mal, se é possível liberar mais recursos ou não. (No fundo, depois vão querer também o acompanhamento dos resultados, ou seja, saber também se a pesquisa deu algum retorno financeiro para a Petrobrás.) Enfim, o Cenpes fez uma licitação e surgiu uma equipe de quase cinquenta pessoas para fazer esse acompanhamento. Do total, dez são engenheiros que monitoram as obras, a parte elétrica, civil e mecânica. Concorremos inclusive com empresas de consultoria.

Qual é o valor desse contrato?

Cerca de R$ 8 milhões, um bom contrato. Porque ele não inclui a gestão dos 1.400 contratos como um todo, mas sim uma parte do acompanhamento, em conjunto com o Cenpes. Por exemplo, se o professor universitário, envolvido num projeto, inicialmente havia pedido a compra de um equipamento e, no curso da pesquisa, quis trocar por outro, esse tipo de procedimento exige um formalismo, uma explicação e uma avaliação técnica.

Qual é a responsabilidade da Radix no acordo?

Na verdade, dividimos as tarefas com a Petrobrás: por exemplo, há sempre um funcionário, como um pesquisador do Cenpes, que acompanha o projeto, e que precisa dizer se aquela troca faz sentido. Uma vez aceito, é necessário ver como realizar essa troca, sem qualquer problema burocrático, frente ao TCU ou à própria ANP. Não adianta: estamos numa fase em que a Petrobrás deu um tempo, com suas suas razões e a sua conjuntura, e os contratos não voltarão de hora para outra. É preciso aguardar. Não é porque passou o Leilão de Libra, que no dia seguinte já tem projeto. E olha que a nossa empresa pega projetos da linha de frente. Logo nos estudos iniciais a Radix já está presente. Mesmo nesse caso, leva tempo: é preciso assinar contrato, pôr o time em campo, fazer uma reunião entre os parceiros.

Qual é o prazo desse novo contrato com a Petrobrás?

São dois anos, e começou recentemente. Estamos buscando outras áreas também, como participar do desenvolvimento de software do Museu do Amanhã, lá na Praça Mauá [centro do Rio de Janeiro]. Hoje não se pode achar que você vai ficar com a sua equipe de engenharia, para fazer projetos de óleo & gás para a Petrobrás, do mesmo jeito que antes. Esquece, isso hoje não funciona mais.

Quanto a área de Óleo & Gás representa hoje para a Radix?

Antes representava cerca de 60% ou 70%, mas hoje já representa cerca de 50% de faturamento. Desse percentual, a Petrobrás, que já foi cerca de 60%, hoje deve estar com uns 40% do total, talvez 35% de participação. Caiu bastante. Não estou feliz com isso: preferiria manter a da Petrobrás e aumentar a dos outros [clientes]. Mas tivemos que diversificar. Sinceramente, adoramos Óleo & Gás, mas o momento é de fazer reserva e ter clientes diversificados, senão você está lascado.

Quais são as áreas principais que a Radix têm procurado?

Uma área que a gente hoje está tentando fazer o investimento para entrar mais forte é a área de alimentos, por exemplo. Essa área no Brasil está num momento bom. O pessoal do agronegócio está de vento em polpa, e o mundo inteiro está pedindo mais. Logo, é uma área que nos interessa. É claro que a nossa expertise é muito mais em processos químicos, óleo e gás, petroquímico. Mas a indústria de alimentos contém certas áreas muito similares, em que é possível aplicar conhecimentos de engenharia de processos, por exemplo. Há equipamentos que são da nossa seara, e a gente está de olho nesse tipo de negócio.

Quando você acha que esse quadro vai ser revertido?

Espero que volte ao normal a partir da metade de 2014, mais ou menos. Mas certamente não vai ser agora, pouco antes do Natal, embora esteja todo mundo animado, otimista, agora que passou o Leilão de Libra. É preciso aguardar e sobreviver até lá, porque algumas [empresas] correm o risco de morrer. Se o cara der uma “bobeada”, quando chegar a época boa, não estará mais vivo. Esse é o problema.

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alexandre werner

que contrato moleza!!!