EMPRESÁRIOS ESPERAM MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS PARA QUE 2016 SEJA DIFERENTE E PROMISSOR PARA OS NEGÓCIOS

Luiz-Claudio-246x300Há muitos  pontos positivos que o projeto Perspectivas 2016 está trazendo. Um deles é o espaço aberto e livre para que o empresário brasileiro, que trabalha aqui e no exterior, possam  expor suas opiniões sinceras que, se aproveitadas, podem ser boas alternativas para serem implementadas. São soluções propostas de quem está no dia a dia do mercado. Que vive, sofre e vence, apesar de quase tudo jogar contra ele.  Níveis de impostos absurdos, achaque de todos os níveis que muitas vezes o empurram para ilegalidade,  fiscalizações corruptas que criam dificuldades para vender facilidades e, em muitos casos, disputas desiguais.

Nesta edição, estamos ouvindo três empresários que trazem consigo as características do quem acabamos de descrever. Realistas em suas opiniões, torcendo para que o país volte ao seu crescimento e saia desse marasmo: Luiz Claudio Santoro, presidente da EBCO System, Hiram Freitas, presidente da Hirsa e Ismar Wajchenberg, Consultor que desenvolve negócios para a Marubeni Itochu Tubulars, do Japão.

 Vamos saber primeiramente as opiniões de Luiz Claudio Santoro, da EBCO.

 – Como analisa os acontecimentos em seu setor neste ano ?

“ Redução significativa no volume de negócios e suspensão de novos projetos.”

– Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa ?

 “ Retorno da responsabilidade fiscal pelos administradores públicos, redução do tamanho do Estado e planejamento de longo prazo. Controlar o déficit da previdência é fundamental para as contas públicas dos próximos anos, investimento em educação (ação pública) e em infraestrutura (ação de PPP).”

 – Quais as perspectivas para 2016 ? Pessimistas ou otimistas ?

 “ Será um ano mais difícil do que foi 2015, a crise política não será resolvida antes das eleições de 2016. As ações necessárias para o restabelecimento da confiança internacional, fonte de recursos para novos investimentos, não acontecerá enquanto permanecer a insegurança política atual. Estou pessimista diante deste cenário.”

hiram Veja agora as opiniões do Presidente da Hirsa, Hiram Freitas:

– Como analisa os acontecimentos em seu setor neste ano?

 “ Atuamos basicamente fornecendo  equipamentos e serviços para o segmento de óleo e gás brasileiro, com ênfase nas atividades de Automação, Instrumentação e Gestão Metrológica.  Nesse sentido, no ano de 2015 fomos fortemente impactados pela redução dos investimentos da Petrobrás, implicando diretamente na diminuição das vendas de equipamentos para novos empreendimentos. Basicamente as vendas para Petrobrás neste ano ocorreram para reposições em instalações existentes.

 Por outro lado, no contraponto da crise, vivenciamos um considerável aumento nas oportunidades de negócio no segmento de serviços, principalmente aqueles associados à Gestão Metrológica. Ao longo deste ano firmamos importantes contratos de prestação desse tipo de serviço para algumas Unidades Operacionais da Petrobrás, bem como para empresas Distribuidoras de Gás Natural. O incremento de negócios nesse segmento já era esperado pela Hirsa, e para fazer frente a essa nova demanda investimos R$ 1,8 milhão em equipamentos, treinamento e pessoal, para obter a acreditação na NBR ISO/IEC 17025, a qual, em dezembro de 2015 passou a ser obrigatória para todos os laboratórios de medição que prestam serviços ao mercado de óleo e gás natural.

 Entendo que os acontecimentos ocorridos em nosso setor neste ano de 2015 refletem o desdobramento de uma crise anunciada. Lamentavelmente um dos nossos maiores patrimônios, que é a Petrobrás, vem sendo depreciado pela crise e afeta não apenas a companhia, mas sim a toda economia brasileira, trazendo danos severos e irreversíveis para empresas e empreendedores verdadeiramente motivados a promover o desenvolvimento do pais. ”

 – Quais seriam as soluções para os problemas que o país está atravessando?

 “ Sem dúvida um dos principais problemas esta relacionado à corrupção. Segundo um estudo feito pela da FIESP, até de 2,3% PIB brasileiro pode se perder em ações corruptas no país, cujo montante pode alcançar a cifra dos R$ 100 bilhões. Somando-se à corrupção observa-se também a sonegação. Segundo o Sindicato dos Procuradores da Fazenda o montante sonegado no Brasil em 2015 deve alcançar os R$ 420 bilhões, ou seja, apenas por influência desses dois eventos o país deixa de arrecadar cerca de meio trilhão de Reais.

 Diante desses fatos diversas medidas de curto, médio e longo prazos podem e devem ser implementadas visando a solução de alguns problemas que o Brasil está enfrentando, das quais destaco umas poucas abaixo:

 No curto prazo entendo ser indicado a implementação de políticas de combate à corrupção e à sonegação, visando otimizar a arrecadação e assim promover o equilíbrio das contas internas e externas, dando fôlego ao governo para cumprir com os compromissos básicos nesse momento de crise. Outra ação à curto prazo seria a descontinuação de políticas econômicas populistas. Em momentos de crise não há espaço para isso, apesar de considerar que as políticas sociais são importantes para uma melhor distribuição de renda e para o desenvolvimento econômico das famílias.

 No médio prazo me parece ser indicado uma política de redução de juros e da inflação, cujo conjunto favoreceria novos investimentos internos e externos, minimizando o desemprego e criando superávit. Atingido esse objetivo entendo que caberia ao Governo brasileiro uma aproximação a economias desenvolvidas e liberais de forma a aumentar as parcerias comerciais.

 Por fim, no longo prazo poderíamos pensar em uma política que desse sustentabilidade aos objetivos alcançados, e destinar recursos maciços para o aprimoramento e desenvolvimento tecnológico, para que nosso comércio passe a se basear em produtos e serviços com alto valor agregado, sem esquecer, é claro, do mercado de commodities que há anos sustenta a nossa economia.

 – Quais as perspectivas para 2016? Pessimistas ou otimistas?

 “ Não vejo chance para o segmento de óleo e gás se recuperar em 2016 e, portanto, acredito que a Petrobrás não deverá retomar os grandes investimentos antes que a companhia consiga diminuir seu nível de endividamento e recuperar o grau de investimento de outrora.

 Todavia, apesar de minha resposta ter um cunho pessimista, como empreendedor que sou procuro sempre ver as coisas pelo lado otimista. Acredito que a Hirsa crescerá no ano de 2016 e me atrevo a dizer que conquistaremos uma considerável fatia do mercado de Serviços de Assistência Técnica, Calibração e Gestão Metrológica no Brasil que hoje encontra-se nas mãos da concorrência. Estamos trabalhando  duro para alcançar esse objetivo e convidamos profissionais que acreditem em nosso potencial a se unirem a nós nesse propósito.”

ismar Vamos saber agora as opiniões de Ismar Wajchenberg, da Marubeni.

– Como analisa os acontecimentos em seu setor neste ano?

 “ Não há como negar que a recessão e a crise se instalaram e se aprofundaram em todos os setores da economia brasileira, neste 2015. De forma mais aguda ou não, em especial a nossa indústria viu os negócios desaparecerem, os mercados diminuírem de maneira drástica e os volumes de produção serem involuntariamente cortados para se adequar a uma nova realidade. Tudo isto gerou um desemprego fenomenal, o fechamento de vários postos de trabalho, o desaparecimento de muitas empresas.

Para complementar o quadro da realidade que vivemos neste ano, que já vai tarde, as decorrências da  Operação Lava jato, a crise política instaurada e a falta de perspectivas, acabaram gerando uma diminuição importante de arrecadação por parte do governo  e dos investimentos  no país, tanto de origem pública quanto privada. Tudo isto,  seguramente será sentido ao longo dos próximos anos, com dificuldades para todos os setores, da fuga  de capitais à falta de empregos, culminando em um ambiente de difícil convivência, entre os vários participantes de nossa sociedade.

Mais especificamente, com relação aos setores de Petróleo e Gás, dos quais diretamente está o foco da divisão da Marubeni Itochu Tubulars, de quem sou consultor para o desenvolvimento de negócios,  os mesmos foram diretamente afetados pela instabilidade do mercado internacional, com a diminuição dos preços do petróleo, que  muito afetaram a capacidade financeira de muitos participantes deste mercado, assim como os seus investimentos, o que diretamente afetou a cadeia de fornecedores do setor, assim como a indústria em geral. A situação que viveu a Petrobrás no ano, a redução de sua capacidade financeira e a revisão de seu Plano de Investimentos, foram decisivos para a instalação de uma crise sem precedentes no setor.

Além disso, os efeitos da Operação Lava jato, que aqui no Brasil restringiram drasticamente os negócios e a capacidade de muitos dos principais contratadores do setor, limitando em muito o desenvolvimento de negócios de infraestrutura.

A crise política que tem tomado conta de nossos noticiários, é outro fator que diretamente afugenta investimentos no país, e que muito contribui para  uma perspectiva de momentos difíceis ainda a serem atravessados,  antes de vermos uma melhora no ambiente e a retomada do processo de desenvolvimento.”

– Quais seriam as soluções para os problemas que o país está atravessando?

 “ As soluções para o Brasil são muito evidentes, porém de difícil consecução, sem que haja rompimentos importantes com a atual estrutura. Todos os problemas que estamos atravessando ficam evidenciados por um governo que tem uma atuação sem limites, uma participação abusiva na economia, uma crise ética, e por um setor privado que claramente se adaptou à situação e que se acostumou a servir-se deste governo tão abrangente.

Na minha visão, a solução para ao nosso País esta na concentração pelo governo em três funções básicas:  Saúde, Educação e Segurança. Em todos os outros setores da economia, deveria se fazer um plano de retirada gradual e constante do governo, que passaria  a ser um regulador, liberando as atividades para o capital privado nacional e estrangeiro, com regras bem claras e definidas, preservando o interesse Nacional, mas deixando aberto e de forma atrativa a qualquer capital que aqui tenha interesse em promover o desenvolvimento.”

– Quais as perspectivas para 2016? Pessimistas ou otimistas?

 “ As perspectivas para 2016 não são positivas, mas como otimistas que somos, esperamos que este passo atrás que demos em 2015, todo este caos nas relações empresariais e com o Governo, venha a contribuir para uma mudança total em nosso futuro, já com resultados a partir deste próximo ano.

Que possamos sair adiante com a situação do impeachment da Presidente Dilma, e que resolvido este capítulo, de uma forma ou de outra, a situação volte a uma normalidade aonde haja um planejamento e se cumpra aquilo que foi planejado, propiciando a volta e crescimento do mercado interno, possibilitando a volta dos investimentos tão necessários a um país jovem e grande quanto o nosso.                

A Marubeni Itochu Tubulars segue apostando no Brasil, com interesse de seguir colaborando  com o  desenvolvimento do País, como já o faz há muitas décadas, em específico focando no suporte ao desenvolvimento do Pré-Sal , trazendo produtos tubulares  de alta qualidade e especificação,  hoje não disponíveis no mercado brasileiro e que estamos nos concentrando e  fazendo esforços  para disponibilizá-los no mercado.”

 

 

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