RAMBOLL ENVIRON MIRA EM NEGÓCIOS ENVOLVENDO DESCOMISSIONAMENTO DE PLATAFORMAS NO BRASIL

Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –

Eugenio Singer7A questão ambiental também impõe desafios à operação de empresas de óleo e gás, não apenas com a questão de emissões de gases poluentes, mas também envolvendo outras vertentes. No caso da exploração offshore, espécies marinhas podem aumentar o custo da operação de navios-plataforma, como explica o gerente de responsabilidade social da Ramboll América Latina, Hugo Diogo. “O principal problema é que essa essa fauna prejudica a eficiência da navegação, obrigando a embarcação a consumir mais combustível. O prejuízo é tanto econômico quanto ambiental“. O presidente da Ramboll Environ no Brasil, Eugênio Singer (foto), revela também que a empresa está negociando contratos relacionados ao combate de espécies invasoras em plataformas. O executivo declarou ainda que a Ramboll está interessada em negócios envolvendo o descomissionamento de plataformas. “É um problema que o Brasil vai enfrentar. O desafio é analisar a melhor forma de descomissionar uma plataforma, com o menor impacto ambiental. Nossa empresa trabalha fazendo avaliação de como conduzir esse processo“, afirmou.

Quais são os principais problemas causados por espécies marinhas invasoras às plataformas de petróleo?

Hugo – Para as plataformas fixas, não há muito problema do ponto de vista do empreendedor. O problema ocorre realmente para o ambiente e para a fauna que está no entorno. Já para os navios, o principal problema é que essa essa fauna prejudica a eficiência da navegação, obrigando a embarcação a consumir mais combustível. O prejuízo é tanto econômico quanto ambiental.

Eugênio – Onde essas espécies invasoras se estabelecem, acabam afetando ecossistemas costeiros. O coral cérebro, por exemplo, vai matando e afugenta outras espécies do local, reduzindo a biodiversidade do ambiente. Ele tem uma proliferação muito rápida. Ocorrem incrustações, quando a espécie se agrega aos cascos de navios e plataformas. Com isso, as hélices de um navio vão fazer esforço maior, consumindo mais combustível e contribuindo para o aquecimento global. Este é um tipo de problema que não afeta a plataforma fixa por questões óbvias, mas que pode atingir os FPSOs.

Hugo – Existem espécies que têm restrições para sair do Brasil, inclusive. Organismos que, se forem exportados para outro local, se tornarão espécies invasoras em litorais de outros países, que não permitem a entrada da embarcação.

No Brasil, existe algum caso notório de complicações envolvendo essas espécies e plataformas de petróleo?

Eugênio – Sim, existem casos envolvendo a Petrobrás e a BW, por exemplo. Essas empresas têm plataformas com essas espécies em suas plataformas, gerando dificuldades. O próprio IBAMA está tentando desenvolver uma regulação para essas espécies, de forma a identificar as formas de eliminação e tratamento. Você não pode simplesmente raspar o casco e depositar o material no fundo da baía, como aconteceu em Ilha Grande. Tem que existir um local específico para isso.

Quais soluções a empresa oferece para evitar estes problemas em plataformas e navios?

Eugênio – A gente tem um programa de gerenciamento do ciclo completo, buscando a melhor tecnologia para o tratamento. Trabalhamos para ver qual a melhor forma de tratar, com menor impacto ambiental. Escolhemos metodologias de tratamento dessas espécies, averiguamos se a embarcação foi limpa ou não, além de fazer o controle e gestão ambiental de todo o processo.

A empresa já tem contratos no Brasil relacionados a estes serviços?

EugênioAqui no Brasil não temos ainda, mas já estamos em vista de negociar alguns contratos aqui no País. Já fizemos trabalhos na Austrália e na Nova Zelândia, ajudando a regulamentar o processo. Também tivemos contratos nos Estados Unidos, no estado de Washington.

E como está o andamento dos negócios da empresa voltados à gestão de ativos de plataformas?

Eugênio – A gente também faz um trabalho com a questão do descomissionamento de plataformas. É um problema que o Brasil vai enfrentar agora. O desafio é analisar a melhor forma de descomissionar uma plataforma, com o menor impacto ambiental. Nossa empresa trabalha fazendo avaliação de como conduzir esse processo. Nós temos prospecções de contratos e a Agência Nacional do Petróleo (ANP) também está regulamentando a questão. As discussões estão avançadas.

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