PETROBRÁS APRESENTA NA OTC NOVOS PLANOS E TECNOLOGIAS PARA BACIA DE CAMPOS
HOUSTON- Depois de uma semana intensa de palestras, atividades e negociações, a OTC Houston 2018 chegará ao fim nesta quinta-feira (3). A feira vai terminar depois de mobilizar dezenas de empresários brasileiros em busca de novos negócios e oportunidades, mas não teve a presença do presidente da Petrobrás, Pedro Parente. Nos últimos quinze anos, é a primeira vez que o líder da maior petroleira da América Latina falta ao maior evento de petróleo do mundo. Uma pena, porque revela a importância que ele dá para o encontro dos maiores players internacionais. Com o final do governo se aproximando, talvez a BRF já esteja tomando a maior parte de suas preocupações e tornando-se a sua prioridade. Em Houston, como o Petronotícias noticiou, estavam os maiores presidentes e CEOs de todas as petroleiras internacionais. O ponto alto destes dias de evento foi a busca da retomada no setor de óleo e gás do Brasil, que está ganhando cada vez mais corpo. Prova disso foi o intenso movimento no Pavilhão Brasil, muito visitado por executivos de várias nações, especialmente por conta dos recentes leilões realizados no país. A expectativa é de que novas chances aparecerão daqui para frente. E quem sinaliza isso é quem vive o mercado diariamente, como é o caso da diretora de exploração e produção da Petrobrás, Solange Guedes. A executiva, uma das poucas figuras de peso da estatal na feira, já havia destacado que existe um “mar de oportunidades”, se referindo à Bacia de Campos. Aliás, esta região ganhou uma atenção especial da petroleira durante a feira, com uma apresentação dos planos e novas tecnologias para a área nos próximos anos.
Enquanto a Bacia de Santos ganha cada vez mais importância no cenário nacional de óleo e gás, a Petrobrás também revelou os próximos passos para Campos, que já está sendo explorada há 40 anos. O gerente geral da unidade da estatal na área, Marcelo Batalha, declarou durante um painel de discussão na OTC que o principal desafio nos próximos 40 anos será incorporar avanços tecnológicos em aplicações submarinas práticas. Atualmente, a empresa tem uma lista considerável de tecnologias em desenvolvimento com o foco na exploração de Campos, incluindo um sistema submarino de separação de líquidos e gás; um sistema submarino de separação de múltiplos poços de óleo e água; uma unidade de dessulfuração de água submarina; distribuição de energia submarina e sistema de transmissão, entre outros.
Tantos recursos e tecnologias para a Bacia de Campos vão servir de sustentação para os alvos da Petrobrás na área. O caminho a ser seguido pela estatal nos próximos 40 anos, de acordo com o engenheiro da estatal, Marcello Batalha, que também esteve na OTC, será o emprego de pesquisa e desenvolvimento de meios para reduzir o capital e despesas operacionais. É uma posição que vai de encontro ao posicionamento das petroleiras globais, que cada vez mais buscam eficiência e economia de recursos financeiros.
Os planos da Petrobrás para Bacia de Campos incluem a exploração e produção em dez novas áreas na camada do pré-sal. “Essas novas áreas trazem novos desafios e um caminho para a Bacia de Campos para se reinventar”, explicou Batalha. O gerente relembrou o passado para destacar que, em outros momentos, novas tecnologias foram criadas para superar obstáculos na exploração da região. “Cada ciclo de desenvolvimento teve suas realizações e seus desenvolvimentos de tecnologia, que têm deixado a sua contribuição para a indústria”, acrescentou Batalha.
O gerente da unidade da Bacia de Campos disse ainda que algumas áreas como Marlim e Albacora apresentam um bom potencial de revitalização. Já os blocos recém-adquiridos em leilões devem trazem novos desafios de exploração que permitirão à bacia “se reinventar”. O executivo acredita que há espaço para aumentar ainda mais a produção e as reservas de Campos. Outro foco é elevar o fator de recuperação, por meio de iniciativas como a perfuração de poços horizontais mais longos, a aquisição de nova sísmica 4D para identificar regiões inundadas, otimização de CAPEX, entre outras.
Os números comprovam a magnitude da estrutura já existente na bacia, com 14.800 km de dutos submarinos, 833 árvores de natal submarinas e 734 poços. A empresa estabeleceu uma enorme infraestrutura de apoio onshore com seis aeroportos em uso para transportar 12.000 pessoas por mês para embarcações e instalações offshore. Hoje, a Petrobrás está contratando mais três FPSOs para a Bacia – dois para o projeto de revitalização de Marlim e um para o desenvolvimento integrado do campo Parque das Baleias. Além disso, deve sair em breve do estaleiro BrasFELS, no Rio de Janeiro, o FPSO Cidade de Campos dos Goytacazes (de propriedade da japonesa Modec), rumo ao campo de Tartuga Verde. A unidade pode produzir 150.000 barris por dia e 4 milhões de metros cúbicos de gás natural diariamente, dando um impulso nos números de Campos.
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[…] Fonte: petronoticias.com.br Foto: 2018.otcnet.org […]