DEPOIS DE 13 ANOS NO AZUL, PETROBRÁS TEM PREJUÍZO TRIMESTRAL

A notícia não é nada boa, nem para o mercado, nem para o governo. A Petrobrás, depois de 13 anos apresentando sucessivos e volumosos lucros trimestrais, teve um prejuízo de R$ 1,346 bilhão no segundo trimestre deste ano. A presidente da companhia, Graça Foster (foto), deve estar passando um momento difícil neste fim de semana, já que será a encarregada de dar as explicações na segunda-feira (6) sobre os problemas que a estatal está passando.

A empresa ainda está com um saldo positivo se for contado todo o semestre, pois o lucro do primeiro trimestre do ano foi de R$ 9,214 bilhões, mas os últimos três meses jogaram para baixo os números da empresa, que ficou com um lucro no primeiro semestre de R$ 7,868 bilhões – contra R$ 21,928 bilhões de lucro no mesmo período de 2011. Segundo a Petrobrás, o prejuízo histórico se deu em função da alta do dólar, que influenciou diretamente o endividamento e os custos. Além disso, o aumento das despesas extraordinárias com baixas de poços secos ou subcomerciais, especialmente em áreas de novas fronteiras, perfurados entre 2009 e 2012, também contribuiu para o resultado negativo.

Apesar de as receitas terem subido em relação ao primeiro semestre de 2011, passando de  R$ 115.365 para R$ 134.181 bilhões, os investimentos e os custos também foram para o alto, levando ao prejuízo. Os investimentos do primeiro semestre do ano subiram 21% em relação ao mesmo período do ano passado, passando de R$ 32,004 bilhões para R$ 38,673 bilhões.

A produção de petróleo da empresa no Brasil também teve resultados menos atrativos, já que diminuiu 1% no semestre e 5% em relação ao primeiro trimestre de 2012, mas a companhia explica que a queda se deu devido à realização de paradas para manutenção como parte do programa de aumento da eficiência operacional na Bacia de Campos. “No 2º semestre está prevista a entrada em produção de dois novos sistemas: Baleia Azul (100 mil barris/dia) e Baúna & Piracaba (80 mil barris/dia)”, afirma a Petrobrás em nota.

Apesar do resultado, a estatal não parece estar disposta a mudar a política de investimentos, e afirma que, conforme havia sido divulgado em junho, o Plano de Negócios 2012- 2016, continua valendo, com a previsão de investimentos de US$ 208,7 bilhões para projetos em implementação e US$ 27,8 bilhões para projetos em avaliação.