APÓS ACORDO COM ODEBRECHT, PROJETO DE MEGA PORTO DA PETROCITY NO ESPÍRITO SANTO GANHA NOVO ARRANJO
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Pouco mais de quatro meses após a assinatura do contrato entre a Petrocity Portos e a Odebrecht para a construção do Centro Portuário de São Mateus (ES), o projeto já ganhou novidades. A partir da parceria, o empreendimento recebeu uma nova roupagem logística, distribuindo de forma diferente os pátios que até então estavam identificados. Outra novidade é uma alternativa tecnológica avançada que fará a ponte suspensa do porto avançar 1,8 km a partir da praia. “Isso vai criar um apelo muito forte para a cabotagem. Porque nós passamos a ter, dentro dessa nova alternativa, uma base de 150 metros por 600 metros de comprimento, onde poderemos fazer o transbordo de grande curso para a cabotagem”, detalhou o presidente da Petrocity, José Roberto Barbosa da Silva. O executivo também explica que a empresa deve passar a receber, a partir de julho, dados e informações de empresas e profissionais que estejam interessados em contribuir com o processo de construção do projeto. “Queremos ter alternativas de empresas que possam agregar à Odebrecht. Principalmente as companhias das regiões norte e noroeste do Espírito Santo, leste de Minas Gerais e sul da Bahia”, disse. “Isso não impede que nós recebamos dados de empresas de qualquer parte do Brasil ou currículos que possam agregar ao grupo”, acrescentou.
Quais são as novidades do projeto desde a assinatura do contrato com a Odebrecht?
Depois do evento de assinatura com a Odebrecht, nós avançamos. Fizemos uma nova roupagem logística dentro do porto, distribuindo de forma diferente os pátios que até então estavam identificados. A nossa matriz de carga continua a mesma. O que mudamos foi o rearranjo. Outra novidade é que trouxemos uma alternativa tecnológica bem avançada para o porto, avançando 1,8 km a partir da praia. Isso vai criar um apelo muito forte para a cabotagem. Porque nós passamos a ter, dentro dessa nova alternativa, uma base de 150 metros por 600 metros de comprimento, onde poderemos fazer o transbordo de grande curso para a cabotagem.
O novo arranjo tem um formato em “T”, sendo que a parte norte terá 16 metros de profundidade. E na parte sul, haverá 14 metros de profundidade, sem a necessidade de qualquer tipo de intervenção de dragagem. Será no leito natural. Isso vai facilitar muito com que a Petrocity consiga fazer [o transbordo], de forma avançada, sem precisar trazer qualquer tipo de carga para os pátios de armazenamento. Vamos poder fazer automaticamente o transbordo lá mesmo na plataforma. Esse novo arranjo feito em parceria com a Odebrecht e outros profissionais trouxe novidades interessantíssimas. Essa é a maior delas.
Teremos 1.800 metros de ponte suspensa, sem prejuízos na questão da hidrodinâmica costeira. Serão seis berços de 400 metros cada, de forma avançada. Isto é, a embarcação não vai se aproximar da praia. Nós avançamos nesses estudos. Isso trouxe um apelo mais sustentável para nossa intervenção no que se refere à dragagem. Nós reduzimos para 10% o volume de material que deveria ser dragado. E não era muito grande – 12 milhões de metros cúbicos – se comparado a outros portos. Mas entendíamos que, ainda assim, era um volume grande. O material dragado, no total de 1,2 milhão metros cúbicos, será usado para ajudar a fazer a compensação da praia. Então, vamos utilizar 100% deste material sem trazer nenhum tipo de prejuízo. A parceria com a Odebrecht foi fantástica.
E quanto às demais questões envolvendo autorizações para o porto?
A questão fundiária está toda regulamentada. Nós estamos com a certidão de regularidade expedida no Diário Oficial da União pela Secretaria Especial de Portos. O chamamento público já está realizado pela Agência Nacional de Transporte Aquaviários, com os pareceres favoráveis da Marinha e com todos os estudos de engenharia já entregues à Petrocity.
O que nos falta é a aprovação do órgão responsável pela análise do material encaminhado para o licenciamento ambiental. Concluímos todos os estudos e, agora, já estamos na fase de avançarmos para iniciar a mobilização para construção do CPSM, assim que recebermos as licenças.
O senhor pode comentar também sobre a audiência pública realizada recentemente no município de Barra de São Francisco (ES)?
Para nós, foi um evento muito interessante. Fomos convocados para a audiência pública para explicar a questão do porto. A ferrovia é importante, mas não é fundamental para o sucesso do porto, porque temos a rodovia BR-381. Então, como a rodovia BR-381 passa em Barra de São Francisco, fomos convocados para explicar essa movimentação de cargas e falar sobre o porto e a possibilidade de integração com o modal ferroviário. A Câmara estava bem cheia, com alta representatividade local dos setores público e privado. Foi muito produtivo. E tomamos a decisão de avançar no debate para o refinamento e indicação de ações que possam agregar ao projeto conceitual da ferrovia.
Foi um dia muito interessante para a Petrocity, que iniciou a instalação de um programa de capacitação na área de tecnologia. O objetivo é capacitar 3.000 pessoas [de Conceição da Barra, no Espírito Santo] para inserção no mercado de trabalho. De preferência, que sejam pessoas com famílias que ganham até dois salários mínimos. Assinamos um convênio com o município, capacitamos a equipe de professores e já foi iniciada a seleção de pessoas que participarão dessa capacitação. Serão duas turmas de 16 alunos. Mas queremos que todos os municípios que deverão ser impactos pela Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo [EFMS] possam receber essa capacitação. Estamos fazendo um trabalho antecipado para estarmos, efetivamente, desenvolvendo esse trabalho de capacitação.
Há muita expectativa em torno da geração de empregos dentro deste projeto. Como empresas e profissionais poderão participar do empreendimento?
Eu tive recentemente uma reunião com a equipe de comunicação da Petrocity, com o grupo que está cuidando do nosso portal. Fizemos uma revisão do modelo e do sistema que está sendo utilizado, justamente para nos preparar. A partir de julho, vamos começar a receber [dados e informações sobre empresas e profissionais]. Estamos sendo procurados por empresas que querem prestar serviços para a Petrocity. A Augusto Coelho irá fazer a parte administrativa e a Odebrecht fará a questão do porto. Mas, logicamente, queremos ter alternativas de empresas que possam agregar à Odebrecht. Principalmente as companhias das regiões norte e noroeste do Espírito Santo, leste de Minas Gerais e sul da Bahia.
Isso não impede que nós recebamos dados de empresas de qualquer parte do Brasil ou currículos que possam agregar ao grupo, que será capacitado pela Petrocity Portos. A partir de julho, teremos com certeza. Nós temos hoje um link [em nosso site] para a Ouvidoria. Mas queremos ter, de uma forma mais próxima, alguns itens [no site] onde possam buscar informações e enviar seus emails e endereços para encaminhar aos setores internos da Petrocity.
O senhor citou a Estrada de Ferro Minas-Espírito Santo. Pode nos contar das novidades deste projeto?
Estamos avançando. Fizemos um estudo conceitual. Também fizemos um pedido ao Ministério de Infraestrutura para que tivéssemos uma avaliação prévia deste estudo. Em junho, estaremos em Brasília para avançar em relação a isso. Lá, nós vamos protocolizar um pedido de termo de referência ao Ibama para avançar com os estudos mais aprofundados. Eu espero dar passos para encurtar o projeto definitivo para 2020 ou 2021. Nosso objetivo é chegar [com a linha] a Valadares até 2025, dependendo da liberação ambiental e dos acertos com as prefeituras.
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