POLO DE GERAÇÃO DE ENERGIA NO PORTO DE SÃO MATEUS VAI ATRAIR US$ 1,4 BILHÃO EM INVESTIMENTOS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Enquanto avança em seus projetos de conectividade e tecnologia do Porto de São Mateus (ES), a Petrocity, responsável pelo complexo, também está se movimentado em outro aspecto fundamental para garantir a operação do empreendimento no futuro: a energia. Em uma parceria entre a Badin Energia (75%) e a Petrocity (25%), a ideia é criar um grande polo de geração para atender às necessidades do porto, além de disponibilizar energia para a rede elétrica do país. A Cidade da Energia, como será chamada a área destinada a receber os projetos de energia, contará com uma usina térmica a gás de 1,8 GW, além de uma planta solar complementar de 200 MW. O investimento previsto é de aproximadamente US$ 1,4 bilhão, de acordo com o diretor da Cidade da Energia, Ronaldo Badin. O executivo explica ainda que existirão projetos menores de energia solar para suprir as demandas iniciais do centro portuário. “Inicialmente, vamos começar uma planta de 1 MW no início do próximo ano para atender as necessidades de construção e, talvez, exportar um pouco dessa energia. Mas a ideia é chegar ao fornecimento de 10 MW de energia para o porto como auto produção”, afirmou Badin. “Paralelamente a tudo isso, na retroárea do porto, onde está o espaço para as indústrias, vamos fazer energia sob demanda. Para toda a indústria que precisar de uma energia qualificada, vamos fornecer isso por meio de cogeração”, complementou.
Poderia nos apresentar como será a composição da Cidade da Energia?
Estamos projetando implantar uma térmica a gás de 1,8 GW. Essa usina será 100% para exportação para o grid. Ela irá para o leilão no final do ano que vem. Teremos também um projeto de aproximadamente 200 MW de energia solar. A ideia desse segundo projeto é trabalhar em conjunto com a térmica. Dependendo do preço do gás, as duas plantas vão trabalhar em simbiose. Isto é, nos momentos em que tivermos a energia solar, vamos diminuir a potência da térmica, para economizar gás. Isso é um estudo que estamos fazendo para qualificar a viabilidade financeira do projeto. Existe a possibilidade também de exportar os 200 MW de energia solar.
E como será o fornecimento de energia para as necessidades do porto?
Dentro da Cidade da Energia, teremos outras plantas solares menores que atenderão o porto. Inicialmente, vamos começar uma planta de 1 MW no início do próximo ano para atender as necessidades de construção e, talvez, exportar um pouco dessa energia. Mas a ideia é chegar ao fornecimento de 10 MW de energia para o porto como auto produção.
Paralelamente a tudo isso, na retroárea do porto, onde está o espaço para as indústrias, vamos fazer energia sob demanda. Para toda a indústria que precisar de uma energia qualificada, vamos fornecer isso por meio de cogeração. Vamos oferecer energia com garantia de performance, de acordo com a necessidade de cada indústria. Vamos poder fornecer vapor, água quente e água gelada para as indústrias que se instalarem lá. Elas estarão acima do Rio Doce, que tem o incentivo da Sudene e terão todos os modais de transporte.
Qual gás será utilizado na termelétrica?
Nós temos dois cenários. O primeiro deles é o navio regaseificador e o outro é utilizar o gasoduto que passa a 20 metros de distância da termelétrica (Gasene). A legislação está mudando e vai nos permitir, provavelmente, utilizar os gasodutos. Devemos ter um preço excelente de gás com o pré-sal. Mas só devemos conseguir entender melhor isso daqui para frente. A legislação saiu agora, ainda é muito nova e falta regulamentação. Não sabemos ainda qual será o caminho, mas temos essas duas alternativas.
Quais as próximas etapas antes da construção deste empreendimento?
Sobre a planta de 10 MW para o porto, já temos até uma licença ambiental. Vamos implantá-la proporcionalmente. Talvez comecemos em fevereiro ou março. Em relação à térmica, estamos em fase de desenvolvimento do projeto. Nos próximos 15 dias, devemos fazer o registro. Recentemente, tivemos um processo de regularização do terreno. Estamos com os estudos avançando junto com o fornecedor de equipamentos e fazendo as simulações necessárias. E aí, vamos dar entrada na complementação da licença do meio ambiente, que é o caminho mais crítico.
Pode nos revelar a previsão de investimento nestes projetos?
O investimento no projeto da térmica de 1,8 GW ficará em torno de US$ 1,2 bilhão, aproximadamente. Já a usina solar de 200 MW deverá receber cerca de US$ 200 milhões. Por fim, a planta de 10 MW deve custar aproximadamente US$ 10 milhões. Os demais projetos de energia serão sobre demanda. Vamos construir de acordo com a necessidade de cada indústria que se instalar no porto.
Qual será o impacto econômico e energético destes projetos para São Mateus e a região em seu entorno?
Um empreendimento de geração, sozinho, não quer dizer muita coisa. Mas, imagine o contexto: teremos áreas destinadas à indústria com matriz energética confiável, modais de transporte confiáveis e baratos e incentivos fiscais. O benefício para a região será muito grande em termos de expansão do mercado.
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