EM CLIMA DE OTIMISMO, INAC ENTRA EM SEU TERCEIRO DIA DEBATENDO NOVOS PROJETOS NUCLEARES DO PAÍS
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
A International Nuclear Atlantic Conference (INAC) está entrando hoje (22) em seu terceiro dia, em Santos (SP), já com um saldo bastante positivo. Além da extensa agenda de debates nos primeiros dias do congresso, outras importantes discussões vão acontecer, conforme explica a chair da INAC, Alice Cunha da Silva (ao centro, na foto ao lado). “Teremos pela primeira vez na INAC um debate sobre o papel da mulher no setor nuclear. Outro tema que será discutido hoje é o Repositório Nacional de Rejeitos Radioativos”, afirmou a executiva. Alice ressalta que um ponto marcante do evento tem sido o otimismo que tem dado o tom em todos os painéis, em virtude das sinalizações importantes que o governo tem anunciado nos últimos meses. Apesar das boas expectativas, Alice lembra que também existem desafios que precisam ser superados. “Um deles é a solução de Angra 3, que ainda está em processo. A questão da mineração [de urânio] também. Outro assunto é a renovação de mão de obra. Existem ainda desafios pela frente, que já estão sendo tratados nesse aprofundamento de estruturação que o setor está vivendo”, concluiu.
Qual o balanço do evento até agora e o quais os assuntos debatidos até então?
A INAC foi aberta com duas mesas redondas. Uma cerimônia de abertura no início, um pouco mais rápida, com representantes do setor, autoridades dos ministérios e da Marinha, que falaram do cenário positivo do setor nuclear e da relevância do evento.
Em seguida, tivemos uma mesa redonda com o presidente da Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (Abdan), Celso Cunha, junto com os presidentes de organizações nucleares do Brasil e da Argentina. Eles estão bem otimistas sobre o futuro da energia nuclear no Brasil. A Nucleoeléctrica Argentina SA (NA-SA) falou sobre extensão de vida das plantas nucleares na Argentina. Eles já passaram por esse processo, e agora o Brasil passará também pela extensão de vida de Angra 1.
Então, o sentimento comum entre os participantes é de otimismo?
Sim. Dentro da cerimônia de abertura, o ponto importante foi a perspectiva das autoridades presentes. Na minha fala, eu ressaltei que apesar desses aspectos positivos que estamos tendo agora, ainda existem muitos desafios pela frente e isso foi reforçado por outros participantes da mesa.
Na segunda mesa de abertura, foram mencionados mais detalhes dos projetos prioritários da Eletronuclear, como a Unidade de Armazenamento a Seco (UAS), a extensão de vida de Angra 1, Angra 3 e novas plantas. Foi um ponto comum, entre todos, as perspectivas de que a tecnologia nuclear será parte do nosso futuro. Estão muito otimistas, apesar dos muitos desafios pela frente.
Que desafios são esses?
Um deles é a solução de Angra 3, que ainda está em processo. A questão da mineração [de urânio] também. Outro tema é a renovação de mão de obra. Existem ainda desafios pela frente, que já estão sendo tratados nesse aprofundamento de estruturação que o setor está vivendo. Sempre que tentamos expandir ou caminhar para algo mais estruturado, os desafios surgem. Mas isso é padrão para qualquer setor.
Além dos projetos da Eletronuclear, os outros empreendimentos também foram citados?
A INAC tem vários outros eventos acontecendo simultaneamente. Esses eventos trouxeram discussões extremamente relevantes para o setor, como quebra do monopólio de radiofármacos, reatores modulares, medicina nuclear, irradiação de alimentos. Ainda vai ser falado da utilização da tecnologia nuclear para preservação de obra de artes.
Tivemos uma mesa sobre pesquisa e desenvolvimento com uma pesquisadora de um laboratório muito importante dos Estados Unidos. Na mesma mesa, um representante do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações falou da pesquisa de desenvolvimento do setor nuclear no Brasil. A INAC procura sempre trazer grandes nomes internacionais e nacionais para fazer com que a discussão seja bastante relevante, trazendo bons frutos para o setor.
Serão mais de 680 apresentações de trabalhos técnicos, entre graduação, mestrado e doutorado. É um evento bem abrangente, que abraça indústria, academia, pesquisadores, estudantes, profissionais e executivos para discutir o setor nuclear no Brasil e no mundo.
E quais serão as próximas atividades dentro da INAC?
Teremos pela primeira vez na INAC um debate sobre o papel da mulher no setor nuclear. Outro tema que será discutido hoje é o Repositório Nacional de Rejeitos Radioativos. Além disso, trouxemos estudantes de escolas públicas para conhecer um pouco mais sobre a tecnologia nuclear. Ontem, recebemos um grupo e outro estará no evento hoje (23). Também tivemos, pela primeira vez, a discussão sobre o tório durante o congresso.
A INAC abrange muitas pessoas, de todos os campos da tecnologia nuclear. Ela tem essa abrangência, o que permite essa troca de conhecimento muito grande, algo muito importante para o desenvolvimento do setor.
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