FUTURO DO MERCADO E A RELAÇÃO ENTRE BRASIL E TEXAS MARCARAM A PREMIAÇÃO DA BRATECC
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
A Câmara de Comércio Brasil-Houston (Bratecc) também aderiu à onda das reuniões virtuais para realizar a entrega do seu prêmio “Best of The Year 2019”, homenageando empresas e personagens que tiveram destaque no setor de óleo e gás (O&G) ao longo do último ano. Os principais temas que dominaram os discursos durante o encontro virtual foram a relação comercial e empresarial entre o Brasil e estado americano do Texas, além do futuro do setor de óleo e gás no Brasil no cenário pós-Covid. Os homenageados, conforme já havíamos noticiado, foram a Equinor, como a empresa do ano; a Radix, como a companhia empreendedora do ano; e o ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Décio Oddone, como o Homem do Ano. Os três premiados concentraram suas falas nas possibilidades de negócios que o Brasil reserva, as oportunidades para as empresas brasileiras que desejam entrar no mercado americano e a necessidade de continuar avançando em reformas regulatórias em nosso país.
Décio Oddone assumiu a direção da ANP em 2016 e esteve à frente da agência até janeiro deste ano. Durante sua gestão, o órgão promoveu o afrouxamento das regras de conteúdo local, realizou mudanças na regulação do setor de gás natural, criou novamente um calendário de leilões, entre outras medidas. Para o ex-diretor, no entanto, esta foi apenas uma parte do processo, que agora deve “ser continuado e consolidado”.
Para Oddone, no cenário pós-Covid, a competição por capital vai crescer, assim como as decisões de investimentos serão mais disputadas. Ele apontou ainda outras questões que também vão demandar atenção do setor de óleo e gás para o futuro, como meio ambiente e governança. “O setor de óleo e gás deve desenvolver soluções para lidar com todos os problemas. O que fizemos foi o início. Foi fundamental, mas foi só o início”, afirmou durante a premiação. Ele lembrou ainda de alguns pontos que ainda não tiveram avanços e que precisam ser abordados pelo segmento daqui em diante, como a questão do licenciamento ambiental e o debate sobre a exploração de recursos não-convencionais do Brasil.
Se de um lado existem os desafios no país, do outro ainda há otimismo e esperança com o futuro do mercado de O&G, de acordo com o vice-presidente global de Supply Chain da Equinor, Mauro Andrade. Ele reforçou que o Brasil é muito importante para o portfólio da petroleira norueguesa e afirmou que o país tem a oportunidade de crescer como provedor global de energia. “Tudo o que está no core da estratégia da Equinor está presente no Brasil. Por isso, acreditamos que temos um longo futuro no país”, declarou o executivo.
A escolha da Equinor como empresa do ano se deu, segundo a Bratecc, por seus compromissos para o desenvolvimento do setor de óleo e gás e energia renovável no Brasil. A companhia tem atualmente 15 licenças de exploração no país em diferentes estágios. Presente desde 2001 no setor de O&G brasileiro, a Equinor é a maior operadora internacional do país em volume operado, com uma produção média de 100 mil barris. Na área de renováveis, a companhia também é uma das parcerias que opera o complexo solar Apodi, no Ceará.
Enquanto a Equinor é um exemplo de empresa estrangeira que mantém o interesse em investir no Brasil, a Radix representa o caminho inverso. Em 2013, a companhia decidiu que era hora de alçar voos em território americano. Por isso, a organização foi escolhida com a empresa empreendedora de 2019 pela Bratecc.
“Tivemos que acreditar em nós mesmo quando planejamos investir nos Estados Unidos. Tivemos que acreditar na capacidade de competir no mais mercado mais competitivo do mundo. Em segundo lugar, precisamos construir a confiança com nossos clientes e mostrar que uma pequena companhia com sede no Brasil era capaz de entregar soluções tecnológicas com impacto positivo”, afirmou o CEO da Radix US, Flávio Guimarães.
Além dos homenageados, participaram da cerimônia de premiação o cônsul geral do Brasil em Houston, Embaixador José Borges dos Santos; o diretor de relacionamento institucional da Petrobrás, Roberto Ardenghy, o diretor operacional da Bratecc, Cid Silveira; a presidente do IBP, Clarissa Lins; a presidente da ExxonMobil no Brasil, Carla Lacerda; e o diretor da Bratecc, Armando Cavanha.
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