A TROCA DE UM VELHO OLEODUTO SOB OS LAGOS DE MICHIGAN CAUSA GRAVES DANOS NAS ECONOMIAS DE ESTADOS AMERICANOS E CANADENSES
Um dos casos mais rumorosos ligados ao meio ambiente nos Estados Unidos ainda está longe de acabar. O caso envolve um pequeno vazamento no Lago Michigan, mas que poderia ter sido de grandes dimensões. Na semana passada, um pedaço da âncora de uma embarcação prendeu na tubulação de um oleoduto e provocou um pequeno vazamento na Linha 5 de que abastece duas refinarias nas redondezas, perto da fronteira de Canadá com os Estados Unidos. A Linha 5 é um oleoduto de quase 70 anos que atualmente fica no fundo do Estreito de Mackinac, atravessando belos Lagos, que dividem os dois países. Esta linha bombeia até 13 milhões de galões de óleo, combustíveis e gás natural todos os dias. Os ambientalistas dizem que ele arrisca e compromete a fonte de água potável das cidades, a vida selvagem e a espinha dorsal da economia de Michigan. O Oleoduto abastece duas grandes refinarias no entorno, além de atrair muitos turistas.
Com o vazamento, a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer (foto à direita), determinou a linha fosse interrompida. Mas essa decisão trouxe um problema ainda maior. A quase paralisação econômica da região. Há um risco iminente de demissão de mais de mil trabalhadores de duas refinarias, que produzem combustível de aviação e carros, e muitos subprodutos da extração do petróleo. A paralisação da linha 5 já provoca, inclusive, aumento no preço dos combustíveis na região. A Enbridge, que tem sede em Calgary, no Canadá, é a dona do oleoduto, e terá que dar a solução para o problema. Num breve julgamento ontem (30), na Comissão de Serviço Público de Michigan votou por 3 a 0 para exigir uma nova audiência pública, que foi agendada para 24 de agosto.
Em todo esse imbróglio, uma tecnologia brasileira pode salvar a empresa canadense. A Enbridge está apresentando para o juiz James Jamo, da corte local, que a solução para o problema, é fazer um túnel de quase sete quilômetros por baixo do lago para lançar pelo menos três novas linhas de oleoduto, gasoduto e combustível e duas linhas de transmissão de energia em 138Kv;. Tudo isso justamente usando a tecnologia de lançamento de dutos da empresa brasileira Liderroll, que detém a patente dessa tecnologia em todo mundo ( VEJA NO VÍDEO EM DESTAQUE O FILME ESPECIAL QUE A ENBRIDGE APRESENTOU PARA A COMUNIDADE NA AUDIÊNCIA PÚBLICA)
A Enbridge precisará passar por um processo público que foi estendido até o fim de agosto para determinar se pode construir um novo oleoduto para substituir a Linha 5 usando um túnel através do Estreito de Mackinac. A audiência será presidida por um juiz de direito administrativo e permitirá a descoberta, depoimento de especialistas e comentários do público local. A empresa pediu permissão à comissão para substituir seu oleoduto duplo da Linha 5 por um oleoduto de 30 polegadas de diâmetro e realocá-lo neste túnel, num investimento que pode chegar a mais de US$ 500 milhões.
A comissão determinou que o processo formal é do interesse do público e precisa de mais estudos antes de avançar. Após a decisão, um porta-voz da Enbridge, Ryan Duffy (foto à direita), disse que respeita a decisão da comissão e aguarda com expectativa o próximo passo no processo regulatório. A Enbridge enviou sua solicitação e disse que está “preparada para o processo completo de revisão. Sabemos que a maioria dos moradores de Michigan apoia o projeto Great Lakes Tunnel, incluindo o oleoduto de substituição e estamos comprometidos em construí-lo.” Em um comunicado, a empresa diz que “Agradecemos a pontualidade da decisão da Comissão, pois ela nos permite manter o cronograma para a conclusão do projeto. A colocação de um novo oleoduto em um novo túnel dos Grandes Lagos, que fornecerá camadas extras de segurança e proteção ambiental e tornará ainda mais seguro o que atualmente é um oleoduto seguro.”
A presidente da comissão, Sally Talberg(foto a esquerda), disse que recebeu milhares de comentários a favor e contra o pedido da Enbridge. Uma dúzia de membros do público se manifestou contra a mudança durante uma reunião virtual e elogiou a comissão por sua decisão. Na semana passada, um juiz ordenou que a Enbridge fechasse o oleoduto da Linha 5 em resposta a uma solicitação temporária de ordem de restrição da procuradora-geral Dana Nessel( foto a direita).
O juiz James Jamo (foto à esquerda) fez a ligação após a descoberta de danos no trecho leste do oleoduto. Em sua ordem, Jamo escreveu que o risco de danos aos Grandes Lagos e as várias comunidades e empresas que dependem dos lagos seria “não apenas substancial, mas também em alguns aspectos, irreparável”. A Enbridge desligou a linha anteriormente após encontrar “danos significativos” causados pelo suporte de uma âncora. A operação Parcial da Linha 5 foi retomada depois que a Enbridge disse que não encontrou danos na parte oeste do oleoduto. O juiz James Jamo ordenou o desligamento de toda a linha até que seja decidida a moção para uma liminar.
Com essa pressão toda, o recebimento de todas as licenças e aprovações regulatórias, a Enbridge antecipou que pode concluir a construção de seu túnel e gasoduto de substituição em 2024. O procurador-geral de Ohio, Dave Yost (foto à direita), pediu ao juiz da audiência que considerasse a perda potencial de mais de mil empregos na refinaria do noroeste de Ohio se ele permitir que a Linha 5, da Enbridge Energy, permaneça desligada. Em um resumo de 11 páginas apresentado ao Tribunal do Condado, Michigan, Dave Yost disse que o estado de Ohio “tem um interesse significativo na operação continuada da Linha Oeste do oleoduto da Linha 5 da Enbridge e sofrerá consequências de longo alcance se for encerrado.” O documento afirma que as autoridades reconhecem “que a proteção ambiental e o impacto econômico não são mutuamente exclusivos e que Ohio, Michigan e Indiana têm o dever de proteger os Grandes Lagos. Ohio, Indiana e Louisiana também devem um compromisso aos seus cidadãos cujos meios de subsistência dependem do comércio que atravessa as fronteiras estaduais.”
A Linha 5 atende a planta de 123 anos da PBF Energy em Toledo Refining, em East Toledo, que emprega 585 pessoas, e a refinaria BP-Husky Toledo em Oregon, que emprega 625 pessoas. Essas duas fábricas produziram grande parte da gasolina vendida localmente para os motoristas, além de combustível de aviação para o Detroit Metro Airport e o Toledo Express Airport. O presidente da PBF Energy, Matthew Lucey, disse em uma carta ao juiz James Jamo que a Linha 5 é “uma artéria vital para o transporte de petróleo e líquidos de gás natural para destinos nos EUA e no Canadá, fornecendo historicamente mais de 40% do petróleo para refinarias regionais. Um desligamento contínuo causaria danos irreparáveis.”
O caso é tão polêmico que no mais importante jornal da televisão daquele estado, as imagens do túnel com exata tecnologia patenteada da Brasileira Liderroll, foi o destaque da transmissão ao vivo em cadeia nacional. (Veja o vídeo anexo)
Deixe seu comentário