GOVERNO REDUZ BÔNUS DE ASSINATURA E ALÍQUOTA DE ÓLEO PARA UNIÃO NO NOVO LEILÃO DA CESSÃO ONEROSA
Além de criar o Programa Combustível do Futuro, a última reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) também avançou nos preparativos para o novo leilão da Cessão Onerosa, previsto para o final de 2021. O colegiado aprovou os parâmetros técnicos e econômicos da licitação, que ofertará as áreas de Sépia e Atapu. Somados, os dois blocos terão um bônus de assinatura de R$ 11,1 bilhões. O valor está menor na comparação com o que foi estabelecido na primeira tentativa de venda das áreas. O governo também revisou para baixo os percentuais de óleo mínimo para a União.
No campo de Sépia, o bônus ficou fixado em R$ 7,138 bilhões e a alíquota de partilha mínima de 15,02%. Já para Atapu, o valor pela área foi definido em R$ 4,002 bilhões e a alíquota de óleo lucro em 5,89%. Para lembrar, no leilão de partilha, vence quem ofertar o maior percentual de alíquota de óleo para a União.
Na primeira tentativa de leiloar esses dois campos, no final de 2019, os valores estabelecidos pelo governo eram bem maiores. A área de Sépia foi colocada à venda com um bônus de R$ 22,9 bilhões e percentual mínimo de 27,88%. Enquanto isso, em Atapu, o governo estabeleceu bônus de R$ 13,7 bilhões e alíquota mínima de 26,23%. Naquela ocasião, como se sabe, nenhuma petroleira apresentou lances pelos campos.
Todos os novos valores ainda dependem da aprovação do presidente Jair Bolsonaro. Pelo lado do Ministério de Minas e Energia, há expectativa positiva com essa nova tentativa de vender as áreas remanescentes da Cessão Onerosa. “Apenas nesses campos, durante o período de operação, os investimentos previstos são de 200 bilhões de reais, e o custo de oportunidade de não realizarmos esse leilão neste ano é de 12 a 15 bilhões de reais. Essa é a importância que reveste a nossa reunião no dia de hoje”, destacou o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
Mesmo considerando a estimativa do Ministro, de investimentos de 200 bilhões de reais, é preciso fazer o balanço com a perda de arrecadação do Governo, como resultado da redução da alíquota mínima de óleo lucro.
Como este Capex será realizado no exterior, muito pouco deve restar como arrecadação pública, talvez até seja negativa, em termos de economia nacional.