COM 75% DO FATURAMENTO EM ÓLEO E GÁS, RADIX QUER CRESCER NA ÁREA DE PROJETOS | Petronotícias




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COM 75% DO FATURAMENTO EM ÓLEO E GÁS, RADIX QUER CRESCER NA ÁREA DE PROJETOS

Fundada em 2010, em dois anos a Radix já obteve grandes conquistas. A companhia, de formato jovem, tem buscado uma estrutura alternativa para conquistar resultados num momento de grandes desafios, e já foi escolhida duas vezes como a melhor empresa para se trabalhar no Rio de Janeiro, em pesquisa realizada pelo Instituto Great Place to Work. Ela também vem se destacando no setor de óleo e gás – que atualmente responde por 75% do seu faturamento -, em que pretende focar seu crescimento na área de projetos e no desenvolvimento de sistemas. Para conhecer um pouco mais dessa trajetória, o repórter Rafael Godinho entrevistou o diretor geral da Radix, Luiz Eduardo Rubião, que também é um dos oito sócios da empresa.

Qual é a especialização da Radix?

Nosso trabalho possui duas grandes vertentes. A primeira é a de projetos de engenharia. A gente projeta unidades, partes de unidades, equipamentos e faz análise de problemas em unidades já em operação. Não temos o objetivo de, por exemplo, construir. Em algumas situações, acaba acontecendo, mas não é o foco. Nosso trabalho é fazer a concepção e o projeto básico. Outra área de atuação é a de desenvolvimento de sistemas. Tratam-se de softwares que, inicialmente, eram voltados para a área industrial, mas que outros clientes, não industriais, notaram sua aplicação também em missões críticas, em que não se podia falhar. Então eles começaram a se interessar.

Em que situações o serviço de vocês é requisitado?

Na parte de engenharia, o exemplo maior é o projeto topside dos oito FPSOs replicantes do pré-sal. Estamos trabalhando junto à Doris, que ganhou a concorrência para executar o projeto básico dos oito navios da Petrobrás. Estamos fazendo uma parte do projeto, em parceria, como subcontratados. Mas a gente procura se envolver de forma mais ativa. Na parte de engenharia, outro exemplo são projetos para empresas que estão fornecendo para a Petrobrás. Elas têm alguma tecnologia, mas precisam de apoio da engenharia para entregar a solução completa que a Petrobrás está buscando. Na parte de software, a gente faz softwares de automação e gerência de informação, entre outras coisas. Por exemplo, na fábrica de cimento da CSN, toda a interligação entre o chão de fábrica e o ambiente corporativo foi desenvolvido pela Radix. E a gente acaba desenvolvendo softwares até para a Rede Globo, que está entre os clientes não industriais que se interessaram pelo nosso serviço. Hoje é um dos maiores clientes, inclusive.

Vocês já ganharam dois prêmios de “melhor lugar para se trabalhar” em apenas dois anos de funcionamento. Como foi isso?

A Radix tem dois anos e alguns meses de vida. A gente começou em abril de 2010, mas já em agosto do mesmo ano ganhamos o título de melhor empresa para se trabalhar no Rio de Janeiro. É uma pesquisa junto aos funcionários e empresas, com uma metodologia desenvolvida pelo Instituto Great Place to Work, que já tem pelo menos 20 anos de atuação no Brasil, nos EUA e em outros países. A gente ganhou em 2010, e em 2011 de novo. Participamos duas vezes e fomos bi-campeões da pesquisa das melhores empresas para se trabalhar no Rio.

A que se deve essa relação dos funcionários com a empresa?

Nossa empresa é nova, então não somos uma empresa que já tenha tudo resolvido, em que a pessoa possa entrar e já ter uma previdência privada, por exemplo. São coisas que estamos construindo a duras penas, porque estamos num mercado que passou por um momento complexo. Mas acho que a gente tem uma abertura grande com os funcionários, além de desafios interessantes. Na minha opinião, os funcionários gostam de se sentir um pouco participantes da construção da companhia. Eles se sentem prestigiados e acaba havendo um vínculo forte, uma cumplicidade, entre a empresa e os funcionários.

Como a empresa surgiu?

Eu e mais dois colegas fundamos a Chemtech em 1989. Em 2001, vendemos uma parte para a Siemens. Em 2008, vendemos o restante, por força contratual. Ficamos ainda um pouco ali, mas, no final, queríamos algo novo. Eu e mais alguns saímos da empresa. O foco da Chemtech era semelhante ao da Radix. No fundo, é o que a gente sabe fazer e fez a vida inteira, mas chegou uma fase em que não estava sendo tão legal, então resolvemos montar outra empresa. Um dos meus ex-sócios na Chemtech é sócio da Radix também.

Como o senhor tem visto o crescimento da empresa?

Foi muito rápido. Quando olho para trás, levo até um susto. Claro que, quando uma empresa cresce muito rápido, depois é preciso dar uma corrigida em algumas coisas que não ficaram tão maravilhosas. Mas eu acho que a gente precisava passar por isso. Em relação ao mercado de petróleo e gás, poderia estar um pouco mais agitado. Eu entendo a situação e acho que passamos por um período de alguns meses em que houve uma readaptação da Petrobrás a uma situação nova, com nova diretoria etc. Para o mercado, foi como que uma freada dos trabalhos, mas queremos que volte ao normal. Nosso objetivo maior é mostrar que esse negócio de gap de mão de obra não é problema. Já temos uma equipe grande, de 250 pessoas e estamos crescendo. A gente acha que há perfeitamente condições de aumentar esse número, com pessoas boas, até mesmo de forma rápida.

Como se dá o treinamento e qualificação dos funcionários?

Existe a universidade Radix, que é corporativa. Fechamos agora uma parceria com a Uerj para realizar treinamentos junto a professores de lá. Mais do que apenas eles nos treinarem, o intuito é fazer uma cooperação. E depois estender essa parceria para a UFF e a UFRJ.

Qual a participação do setor de óleo e gás no faturamento da Radix?

É bem significativa, da ordem de 75%. Para a gente, é muito importante que o setor de óleo e gás esteja em alta, senão a coisa complica. Daria para viver com o setor de óleo e gás em baixa, mas já seria outra história, num enredo diferente do atual. Seria outro foco e outra dimensão.

Quais os principais clientes da empresa?

Obviamente a Petrobrás é o maior. A Rede Globo tem um percentual razoável. A CSN também é um bom cliente. A gente está começando a fazer um trabalho grande com a Vale no nosso escritório de Belo Horizonte. Também estamos trabalhando com o pessoal da Braskem. Além de empresas que trabalham para a Petrobrás e que, muitas vezes, procuram um apoio de engenharia, como a Usiminas, Aker, Arclima. Agora estamos tentando abrir uma frente maior de atuação em outras operadoras. Então temos buscado nos posicionar junto a empresas como Chevron, Shell, Queiroz Galvão, entre outras, que têm projetos fora do circuito Petrobrás. Eles precisam de engenharia e a gente oferece.

Para não ficarem tão vinculados a qualquer problema com a Petrobrás?

Bem, na verdade no Brasil não dá pra dizer “Vou abrir mão da Petrobrás”. Na minha opinião, não tem cabimento. Porém é possível ao menos reduzir um pouco essa dependência. Essa é a ideia.

Qual a perspectiva agora para 2013?

Pelo andar da carruagem, talvez a Petrobrás já esteja dando um sinal desse processo de readaptação. Então, a gente está otimista, acha que pode ser um bom ano. Temos que fazer umas correções de rumo, por conta do crescimento rápido, mas já estamos praticamente concluindo. Então seria bom termos agora um desafio novo e maior.

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