BRASIL PODE ESCOLHER PEQUENOS REATORES MODULARES PARA GARANTIR ENERGIA FIRME PARA O PAÍS NAS PRÓXIMAS DÉCADAS
O Brasil tem todas as condições e hoje pode ser uma grande oportunidade do país começar a viver uma nova era de geração nuclear de energia, através da opção pelos pequenos reatores modulares (SMRs). O Senado deve colocar em votação nesta quarta-feira (16), a MP da Eletrobrás, que trata do projeto de capitalização da estatal. Desde a aprovação do texto pela Câmara dos Deputados, diversas entidades do setor começaram a debater os pontos positivos e negativos da proposta. Um dos temas mais sensíveis da MP é, sem dúvida, a contratação de 6 GW em termelétricas. A medida provisória, do jeito que está, parece inadequada porque vai trazer um aumento nas tarifas de energia elétrica para o consumidor de uma forma geral. Além disso, o país passará a ter um planejamento através de lei. Cada estado ou município pode pleitear a geração a partir das mais diferentes fontes, um precedente perigoso, que acabaria com o planejamento energético do país.
Outro ponto tão importante quanto grave é o que está proposto na MP que, em termos de geração a gás, vai na contramão de todo o resto do planeta. O mundo clama pela redução de gases do efeito estufa. O Brasil precisa de geração de base, que é feita através de hidrelétricas ou térmicas. No caso das térmicas, temos óleo, carvão, gás natural e nuclear. Mas, a energia nuclear é a única efetivamente limpa. Por isso, seria o momento certo, adequado e
oportuno de se incentivar a geração elétrica através de pequenos reatores modulares. Ideais para pequenas e médias regiões municípios inóspitos que o Brasil possui e que estão prontos para receber o desenvolvimento necessário.
Há parlamentares que estão buscando outra coisa, além da garantia energética. A privatização da Eletrobrás, de certo será importante que pode trazer mais crescimento para o país. Há quem defenda até construir térmicas, onde não há gás. Parece mesmo absurdo. O que o país precisa neste momento é energia de base, firme, limpa e eficiente. Abrir mão deste momento para incentivar os pequenos reatores pode ser um erro estratégico.
Para entender melhor, há corrida global para se construir uma nova linha de pequenos reatores nucleares, que só precisam ser reabastecidos uma vez a cada dez anos. Os reatores modulares pequenos – ou SMRs, como são conhecidos em inglês – são vistos pela indústria de energia nuclear como a tecnologia mais promissora do futuro porque evitam muitos dos problemas de segurança de usinas muito maiores, e também são mais fáceis e rápidos de construir. No subsolo eles seriam menos vulneráveis a ataques terroristas e teriam sistemas de resfriamento que poderiam mantê-los em segurança durante sete dias sem intervenção humana. A indústria já tem 20 projetos competindo. Alguns imaginam os reatores trabalhando em conjunto com fontes renováveis de energia, para fornecer eletricidade para comunidades distantes que atualmente dependem de geradores a diesel. Isso reduziria a poluição local e combateria a mudança climática.
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