USINA DE FURNAS VAI COMBINAR PLANTAS SOLARES FIXA E FLUTUANTE COM PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO
O Brasil vai, pouco a pouco, dando seus primeiros passos rumo à era do hidrogênio. Uma dessas iniciativas está sendo concebida na usina hidrelétrica de Itumbiara, de FURNAS, na divisa entre os estados de Minas Gerais e Goiás. A planta, que completou 40 anos em 2021, ganhará um projeto de pesquisa e desenvolvimento que une a geração solar fixa e flutuante com a produção de hidrogênio verde (H2). O investimento na iniciativa está na casa de R$ 44 milhões. A planta de geração solar na hidrelétrica terá capacidade de gerar 1 MW e deve ser entregue em novembro deste ano. A unidade de Itumbiara foi escolhida para abrigar o projeto porque apresenta os melhores índices para geração solar fotovoltaica em comparação com outras unidades do tipo de FURNAS. Além disso, a hidrelétrica possui um reservatório adequado para a instalação dos painéis fotovoltaicos em estruturas flutuantes.
O empreendimento contará com dois conjuntos de placas fotovoltaicas – um fixo no solo e outro flutuante, sobre a água do reservatório. A energia gerada pelo sistema fotovoltaico será direcionado a um eletrolisador, que por meio de um processo físico-químico com a água produzirá o hidrogênio. Esse hidrogênio, por sua vez, será convertido em forma gasosa e depois ficará armazenado em um tanque especial. O H2 armazenado será usado na produção de energia através de uma célula de combustível. O foco principal do projeto será avaliar a utilização do armazenamento de energia no sistema elétrico brasileiro.
O projeto foi denominado de “Desenvolvimento de sinergia entre as fontes hidrelétrica e solar com armazenamento de energias sazonais e intermitentes em sistemas a hidrogênio e eletroquímico”. A iniciativa é fruto de uma parceria de FURNAS com a empresa Base Energia Sustentável, associada à Universidade Estadual Paulista (Unesp); Universidade de Campinas (Unicamp); Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Universidade de Bradenburgo (Alemanha); e a PV Solar.
A BASE Energia Sustentável contratou a fornecedora alemã SMA, que atua no segmento de inversores fotovoltaicos. Em Itumbiara, estão sendo usados 10 inversores da companhia europeia, sendo oito deles em solo em uma planta de 800 kWp; e os dois restantes na planta flutuante, localizada mais próximo à barragem. Também estão sendo utilizados sistemas de monitoramento e outros equipamentos fornecidos pela companhia alemã.
O projeto também contempla o uso de armazenamento eletroquímico em baterias. O objetivo final é obter respostas mais rápidas para o brusco aumento de carga no sistema elétrico com o armazenamento de energia em hidrogênio, além de aumentar a confiabilidade do sistema com melhor regulação dos parâmetros elétricos.
Em um primeiro momento, a produção não será comercializada, mas destinada ao Sistema de Serviços Auxiliares da unidade, como iluminação, tomadas, ventilação etc. A transmissão dessa energia sairá da planta para o barramento de 13,8kV da subestação da própria Usina Hidrelétrica por meio das redes aérea e subterrânea.
Após a comprovação da eficiência do projeto e sua colaboração para a diversificação da matriz energética brasileira, FURNAS pode optar por incluir o projeto de Itumbiara em sua matriz de geração de energia elétrica.
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