ASSOCIAÇÃO NUCLEAR MUNDIAL DIZ QUE GERAÇÃO NUCLEAR CRESCERÁ 2,6% AO ANO E PEDE ACELERAÇÃO NA PRODUÇÃO DE URÂNIO
À medida que o mundo caminha para a transição energética, a fonte nuclear tende a ganhar mais importância na geração de energia pelo fato de ser uma tecnologia de baixas emissões. A Associação Nuclear Mundial (WNA, na sigla em inglês) lançou nesta semana a nova edição do “Relatório de Combustível Nuclear: Cenários Globais para Demanda e Disponibilidade de Fornecimento 2021-2040”, no qual prevê que a capacidade mundial de geração da fonte crescerá 2,6% ao ano, atingindo 615 GWe até 2040. Com essa elevação na produção de energia, a indústria precisará pelo menos dobrar sua carteira de desenvolvimento de novos projetos de produção de urânio nos próximos 20 anos.
“Dada sua combinação única de atributos – confiabilidade, acessibilidade, baixo carbono e implantação universal – está claro que a energia nuclear terá um papel ainda maior nos sistemas de eletricidade e energia de amanhã”, avaliou a diretora-geral da WNA, Sama Bilbao y León. “O Relatório de Combustível Nuclear deixa claro que existem recursos de urânio suficientes para atender ao crescimento esperado, mas os mercados de urânio precisam se reequilibrar para incentivar o investimento na mineração de urânio para apoiar a expansão da frota nuclear global”, disse ela, após o evento de lançamento do relatório.
Em meados deste ano, a capacidade nuclear global estava em torno de 394 GWe, totalizando 442 reatores. Enquanto isso, os 57 reatores ainda em construção pelo planeta somam atualmente cerca de 60 GWe. No Cenário de Referência apontado no relatório, a capacidade nuclear deverá crescer 2,6% ao ano, atingindo 439 GWe em 2030 e 615 GWe em 2040. Em outro cenário mais otimista, o mundo poderia alcançar até 839 GWe em 2040.
A demanda mundial de urânio estimada para 2021 é de cerca de 62.500 toneladas. A WNA acredita que esse volume deve aumentar para 79.400 toneladas em 2030 e 112.300 toneladas em 2040 no Cenário de Referência. Contudo, a associação alerta que a produção mundial do minério caiu consideravelmente de 63.207 toneladas de urânio em 2016 para 47.731 tU em 2020.
No longo prazo, o documento destaca que a indústria precisa pelo menos dobrar sua carteira de desenvolvimento de novos projetos até 2040. “Existem extensões de projetos, recursos de urânio e outros projetos mais do que adequados para atender a essa necessidade, mas é essencial que o mercado envie os sinais necessários para lançar o desenvolvimento desses projetos”, ressaltou. “O desenvolvimento intenso de novos projetos será necessário na década atual para evitar possíveis interrupções no fornecimento”, acrescentou o relatório.
O modelo proprietário usado pela Associação Mundial Nuclear para preparar as projeções das necessidades de combustível foi totalmente revisado para esta edição, com uma reavaliação dos vários fatores que afetam a demanda de combustível nuclear, como parâmetros de eficiência térmica, níveis de enriquecimento e queima de combustível.
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