GRUPO SABARÁ COMPLETA 65 ANOS, PREVÊ CRESCIMENTO DE DOIS DÍGITOS EM 2021 E INVESTE EM INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
O Grupo Sabará está comemorando os seus 65 anos de vida em 2021, reunindo um legado de importantes resultados e conquistas ao longo de sua história. Para relembrar os principais feitos do grupo até aqui e revelar um pouco do que ainda está por vir, o Petronotícias entrevista hoje (26) o diretor financeiro do grupo, Wellington Rodgério. O executivo lembra que a empresa alcançou dois resultados inéditos no último ano – o recorde de faturamento anual e o maior nível de rentabilidade da história do grupo. Para 2021, a companhia espera crescer novamente na casa de dois dígitos. Olhando para o cenário econômico, Rodgério avalia que o Brasil terá uma grande oportunidade diante do marco regulatório do saneamento. “Com isso, a indústria química terá um impulsionamento na próxima década, que exigirá novos investimentos na ampliação de capacidade e inovação”, analisou. O diretor financeiro detalhou ainda a parcela de investimentos realizados recentemente pelo grupo em inovação tecnológica e gestão de sustentabilidade, que corresponderam a 8,8% e 3,2%, respectivamente, da receita líquida em 2020. Por fim, Rodgério comenta que o Grupo Sabará está preparando um novo plano estratégico para capturar oportunidades de expansão orgânica e faz um balanço dos primeiros dois anos de operação da fábrica de Clorito de Sódio, em Santa Bárbara d’Oeste (SP).
Gostaria de começar nossa entrevista falando sobre o aniversário da empresa. Qual o sentimento do grupo ao atingir essa expressiva marca de 65 anos de existência? Qual o balanço da atuação da empresa até aqui?
Celebrar 65 anos de história, por si só, já é um marco importantíssimo para qualquer empresa, porém, o orgulho é ainda maior em saber que a nossa atuação sempre foi norteada pela sustentabilidade.
Não é à toa que o Grupo Sabará atingiu um resultado histórico em 2020, alcançando o maior faturamento anual dos 64 anos da companhia, registrando a marca de R$ 274,4 milhões, e o maior nível de rentabilidade da história do Grupo: 11% em 2019 e 21% em 2020.
Nesse contexto, podemos destacar o aumento da demanda por produtos e tecnologias sustentáveis no saneamento básico, o scale-up da nova fábrica de clorito de sódio em São Paulo e o forte tracionamento no mercado cosmético, em especialidades de ativos naturais da biodiversidade brasileira.
A nossa solidez financeira também foi impulsionada pelo crescimento estruturado das vendas líquidas, da ordem de 28% e 8%, respectivamente, em 2019 e 2020, combinado com medidas de austeridade que priorizaram o fortalecimento da posição de caixa.
Fomos pioneiros no setor químico ao emitir o Green Bond em 2019. Observamos um apetite crescente de investidores nos chamados Sustainability-Linked Bonds (SLB) ou Loans. Esse instrumento é uma opção de captação de recursos com rótulo de sustentabilidade para aqueles emissores que não desejam restringir sua alocação em projetos ou usos específicos, mas sim à metas ambientais, sociais ou de governança e em negócios com propósito, resilientes e perenes.
Nesse sentido, os investimentos em inovação tecnológica e disruptiva representaram cerca de 8,8% da receita líquida no último ano e em relação à gestão de sustentabilidade, teve uma representatividade de 3,2% da receita líquida em 2020.
O grupo registrou sólidos e bons números financeiros em 2019 e 2020, como o senhor acabou de mencionar. E para 2021? Como estão as expectativas do balanço final para este ano?
Teremos um crescimento de dois dígitos, mas neste momento não podemos adiantar outras informações a respeito.
O Grupo Sabará vem há anos investindo e praticando medidas visando a conservação ambiental. Poderia nos contar as mais recentes ações do grupo em torno do conceito de ESG? E o que virá pela frente?
Temos orgulho de dizer que somos pioneiros no trabalho com a sustentabilidade no Brasil. Desde o início, a sustentabilidade está presente na forma como nos relacionamos com nossa cadeia de valor e diferenciamos nossas marcas no mercado, além de nortear cada atividade de nossos colaboradores no dia a dia.
Desde 2007, somos signatários do Pacto Global, da ONU. Em 2016, o sócio-diretor Ulisses Sabará foi reconhecido como Local SDG Pioneer pela Conferência de Líderes do Pacto Global, por sua atuação em prol do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 15: Vida na Terra.
No último ano, o executivo se tornou porta-voz oficial desse ODS ao ser nomeado na iniciativa Líderes com ImPacto da Rede Brasil do Pacto Global. Ainda no contexto das ações do Pacto Global, participamos da Call to Action: Anti-Corruption and the Post-2015 Development Agenda, Caring For Climate. Além disso, desde 2019, participamos, também, do CEO Water Mandate, que busca levar conhecimento sobre qualidade da água e preservação dos recursos hídricos.
Em 2020, passamos a integrar a iniciativa Science Based Targets (SBTi), conduzida em conjunto por CDP, ONU, World Wide Fund for Nature (WWF) e World Resources Institute, com a meta de, até 2030, reduzir 30% de emissões absolutas de gases de efeito estufa (GEE), o que está, cientificamente, alinhado ao propósito global de evitar o aquecimento da temperatura média do planeta em até 2 ºC.
Quais são as perspectivas da empresa com o setor químico para o restante deste ano e o próximo?
A retomada da economia é percebida em nosso setor e se espera a normalização da oferta que compatibilize os atuais níveis de preços, pressionados por uma inflação global. O Brasil terá uma janela promissora diante do marco regulatório do saneamento, e as demandas de infraestrutura tendem a acelerar com os movimentos de concessão e privatização. Com isso, a indústria química terá um impulsionamento na próxima década, que exigirá novos investimentos na ampliação de capacidade e inovação.
Quais são os novos planos ou estratégias do grupo para continuar crescendo, em termos de volumes de negócios? Quais tipos de novidades ou novos investimentos estão sendo planejados?
Temos vários projetos em andamento, mas neste momento, ainda não podemos adiantar. Estamos atentos ao cenário futuro e preparando nosso plano estratégico, capturando oportunidades de expansão orgânica de nossos negócios.
Como está a expectativa da empresa em relação à economia brasileira, nesse momento em que a pandemia dá sinais de arrefecimento?
O cenário político em 2022, o atual risco fiscal e a crise hídrica são preocupações latentes em todo o mercado, mas acreditamos no potencial de nosso país, que possui um mercado interno relevante e uma agenda de desenvolvimento que pode contribuir para uma retomada de nossa economia após todo impacto da pandemia. Cremos que nossa democracia e as nossas instituições sejam capazes de tornar as prioridades do Estado acima de qualquer disputa secundária.
Para fechar, poderia fazer um balanço desses dois primeiros anos de operação da fábrica de Clorito de Sódio em Santa Bárbara d’Oeste (SP)?
Trabalhamos com base nos princípios da economia circular, que tem como fundamento o melhor aproveitamento dos recursos naturais, evitando desperdícios e descartes. O resultado desse modelo sustentável é a nossa fábrica de Clorito de Sódio, que começou a operar para suprir a demanda de uma solução que era, até então, 100% importada.
A unidade foi pensada, desde a sua concepção, para ser totalmente sustentável. Por isso, foi desenvolvida com foco em eficiência energética, redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE) e reaproveitamento do subproduto gerado no processo, o que torna o processo de fabricação do clorito de sódio zero resíduos.
Este ano, o projeto da fábrica ganhou o Prêmio Eco edição 2020/21, na modalidade Práticas de Sustentabilidade, categoria de Sustentabilidade em Produtos ou Serviços de empresas de grande porte, promovido pela Amcham (Câmara Americana de Comércio), o que foi uma grande conquista para nós.
Além do prêmio, a fábrica de Clorito de Sódio também recebeu o Selo de Uso 100% de Energia Renovável em 2020.
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