PETROBRÁS DESISTIU DE VENDER O POLO DE MARLIM E SERGIPE-ALAGOAS

FPSO Anna Nery, atualmente em construção na Ásia

A notícia é atípica. O até então irreprimível plano de desinvestimentos da Petrobrás sofreu uma baixa de peso. A companhia decidiu que não irá mais vender 50% do Polo Marlim, que compreende os campos de Marlim, Voador, Marlim Leste e Marlim Sul, localizados predominantemente em águas profundas na Bacia de Campos. A novidade foi anunciada hoje (25) pelo diretor executivo Financeiro da petroleira, Rodrigo Araujo, durante teleconferência com investidores.

“É um ativo que já conseguimos extensão [do prazo dos contratos de concessão], é um ativo resiliente, que captura valor e está alinhado ao nosso portfólio. Estamos trazendo o ativo [de Marlim] de volta para a carteira, tirando do processo de desinvestimento. Isso é natural para o processo de gestão do nosso portfólio, que é contínuo”, disse o executivo.

O campo de Marlim está atrelado à história da Petrobrás na exploração de águas profundas. O ativo começou a produzir em 1991 e é o ativo com maior produção acumulada da companhia, com quase 3 bilhões de barris de petróleo equivalente. Das 10 plataformas originalmente instaladas na área, nove permanecem na locação, sendo que quatro delas ainda estão em operação.

Parte dos investimentos de US$ 16 bilhões anunciados hoje pela Petrobrás para a Bacia de Campos será direcionada à revitalização de Marlim. O projeto prevê a instalação de duas novas plataformas do tipo FPSO na área Norte (Módulo 1) e na área Sul (Módulo 2). Em 2019, a petroleira assinou contratos para o afretamento das plataformas com a empresa japonesa Modec (FPSO Anita Garibaldi) e a Yinson (FPSO Anna Nery), da Malásia.

A companhia também retirou o projeto de desenvolvimento da produção de Sergipe Águas Profundas de sua carteira de desinvestimentos. Nesse caso, a companhia tentava vender parte de suas fatias nas concessões BM-SEAL-4, BM-SEAL-4A, BM-SEAL-10 e BM-SEAL-11, com percentuais variando entre 20% e 50%.