REINO UNIDO FECHA NOVA PARCERIA VISANDO USAR A FONTE NUCLEAR PARA PRODUÇÃO DE HIDROGÊNIO
De olho em oportunidades no mercado de hidrogênio, empresas e países estão construindo pontes para aproveitar todo o potencial da fonte. A novidade da vez nesse sentido vem da Europa. O Laboratório Nuclear Nacional do Reino Unido (NNL, na sigla em inglês) e a companhia norueguesa DNV fecharam uma parceria para explorar o uso potencial de tecnologias nucleares avançadas para a conversão das redes de gás do Reino Unido em hidrogênio.
Na avaliação da NNL, a conversão de linhas redes nacionais e regionais de gás natural para hidrogênio pode ser uma solução de descarbonização poderosa. “Para alcançar com sucesso esta transição, grandes quantidades de hidrogênio seriam necessárias, e a capacidade da energia nuclear de impulsionar a produção em escala de gigawatts poderia ser de grande valor. Este projeto é um passo fundamental para trazer o hidrogênio derivado do nuclear para o domínio público, demonstrando que uma rede de hidrogênio do Reino Unido poderia ter uma gama mais ampla de opções para o fornecimento de hidrogênio”, disse o laboratório.
O centro de pesquisa afirmou também que a parceria visa fornecer evidências mais profundas para apoiar as decisões políticas do governo britânico sobre o papel do hidrogênio em edifícios e aquecimento, programadas para 2026. “As tecnologias nucleares avançadas têm o potencial de desempenhar um papel importante no contexto de emissões líquidas zero, e este esquema, consequentemente, diminuiria o risco de um futuro programa de conversão de rede de gás hidrogênio”, acrescentou a NNL.
O CEO do laboratório britânico, Paul Howarth (foto principal), disse que a energia nuclear oferece potencial para produção de hidrogênio em larga escala, a baixo custo e com emissões zero. Ela poderia ser uma fonte de energia ideal para conduzir a transição das redes de gás do país para o net zero. “Este projeto abre caminho para a energia nuclear apoiar a mitigação da mudança climática em aquecimento doméstico, indústria e transporte e estamos entusiasmados com a forma como nossa colaboração com a DNV pode impulsionar o ritmo de mudança necessário para atender às nossas metas de energia limpa”, declarou.
Já o Diretor Regional de Sistemas de Energia na DNV, Hari Vamadevan (foto à direita), o caminho para limitar o aquecimento até 1,5 graus requer a criação de uma economia robusta de hidrogênio. “Nossas previsões preveem que um terço da demanda global de hidrogênio e combustível sintético será usado para aquecimento industrial até 2050. Precisamos considerar vários caminhos para alcançar a economia do hidrogênio, o nuclear é um desses caminhos”, opinou.
O governo do Reino Unido já declarou que a fonte nuclear será uma peça-chave no desenvolvimento de um setor de hidrogênio de baixo carbono. O país pretende alcançar 5 GW de capacidade de produção de hidrogênio de baixo carbono até 2030. Em 2030, diz o governo, o hidrogênio pode desempenhar um papel importante na descarbonização de indústrias poluentes e intensivas em energia, como produtos químicos, refinarias de petróleo, energia e transporte pesado como transporte marítimo, caminhões e trens, ajudando esses setores a se afastarem dos combustíveis fósseis. Além disso, os britânicos estimam que de 20% a 35% do consumo de energia do Reino Unido poderia ser à base de hidrogênio em 2050.
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