APEX PROMOVE ENCONTRO COM EMPRESÁRIOS RUSSOS, MAS SÓ DEFENDE NEGÓCIOS PARA A AGRICULTURA BRASILEIRA
A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), que atua para promover os produtos e serviços brasileiros no exterior e também atrair negócios, participou hoje (15) do Fórum dos Conselhos de Empresários da Rússia e do Brasil. O encontro teve o apoio da Câmara Brasileira de Negócios Brasil Rússia. A APEX participou, mas voltou três casas e ainda perdeu a próxima jogada. Talvez influenciada pelo próprio discurso do Presidente Bolsonaro, em defesa da agricultura brasileira e da nossa necessidade de ter mais fertilizantes, a nossa agência promotora de negócios simplesmente não tratou de tantas outras oportunidades que o Brasil tem a oferecer e a receber dos russos, como a troca de tecnologias nas áreas de petróleo, gás, de exploração e produção em águas profundas, manipulações nas cadeias de Grafeno, Mióbio, energia nuclear, radioisótopos para medicina nuclear, desenvolvimento nas áreas da energia quântica, dos aceleradores de partículas, dos satélites fabricados e recentemente lançados ao espaço para a vigilância da Amazônia, na excelência em construção de gasodutos etc. Tudo que faz brilhar os olhos do ministro Paulo Guedes. Todos os temas que aumentam a riqueza com valor agregado, sem parâmetros de comodities.
Parece que o dever de casa não foi feito. Foi anunciado recentemente que a Rússia fechou um contrato com a China para construir o que pode ser o maior gasoduto do mundo, que terá que cruzar lugares inóspitos, romper cadeias e cordilheiras de montanhas. E somente o Brasil tem essa tecnologia patenteada em mais de 50 países. Inclusive na Rússia e na China. Seria uma grande oportunidade para a comunidade da Engenharia de dutos nacional e para o Brasil, como observa o empresário Paulo Fernandes (foto à esquerda), Presidente da Liderroll, dona dessa tecnologia e que estava presente no ambiente virtual como participante da LIVE deste encontro de negócios:
“Claro que nós esperávamos mais da participação da APEX. Foi uma mensagem pautada no extrativismo. A agricultura é importante? Claro que é. Mas nós temos muito mais coisas a oferecer e muitos outros segmentos tecnológicos que podemos oferecer, não só aos Russos como parceiros, mas para o mundo todo, para contribuir também para as suas economias e bem estar, mas principalmente contribuir para o nosso crescimento e incremento de mais tecnologia, até mesmo para alavancar mais ainda o agronegócio e a agricultura que hoje se utiliza cada vez mais dos GPS, Drones, automatismos, etc. Isso só fará bem para nossa economia global e não de um único segmento”, disse.
“O Brasil já é um bom player no fornecimento de produtos agropecuários e precisamos de mais fertilizantes, ótimo. Isso é importante, mas temos muito também a contribuir com a nossa engenharia. A APEX focou apenas no agro, mas temos outros chapéus. Na verdade, perdemos uma oportunidade Ímpar para levarmos mais sobre o Brasil que está oculto para os russos. Uma pena; só falamos o que eles já sabiam de cor e salteado”, acrescentou Paulo Fernandes.
A missão da APEX está diretamente relacionada com a visita do presidente Jair Bolsonaro, que está atendendo a um convite do presidente da Rússia, Vladimir Putin, feito durante a última reunião dos países que compõem o BRICS (Brasil-China-Índia-Rússia e África do Sul). Bolsonaro desembarcou nesta terça-feira (15), por volta de 10h (horário de Brasília, 16h no horário local), em Moscou. Amanhã (16) ele tem uma reunião com o presidente Vladimir Putin e uma reunião com empresários.
Perfeita a colocacao do Paulo Roberto da Liderroll
Óbvio que do olhar do setor do petróleo, iriam analisar esta questão do ponto de vista do setor, mas tenho certeza que o setor de fertilizantes e agro está feliz com o conteúdo abordado na reunião.