MARINHA RUSSA RECEBE O MAIOR E MAIS LETAL SUBMARINO NUCLEAR DO MUNDO, O BELGOROD

Enquanto Brasil e Austrália argumentam com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para ter seu submarino de propulsão nuclear, a Marinha russa recebeu e já coloca em operação depois de todos os testes de mar o Belgorod – o submarino mais longo do mundo, projetado para transportar torpedos de longo alcance movidos a energia nuclear, além de drones submarinos. O submarino foi entregue  em uma cerimônia no estaleiro Sevmash em Severodvisnk, na última sexta-feira (8). Anunciado pelos russos como um navio de “pesquisa” capaz de conduzir “diversas expedições científicas e operações de resgate nas áreas mais remotas do Oceano,” o Belgorod é, na realidade, um enorme sistema de armas submarinas que pode fornecer capacidade de ataque devastador e servir como uma nave-mãe para uma série de plataformas submarinas. Um submarino de mísseis guiados movido a energia nuclear da classe Oscar II altamente modificado. Ele  tem cerca de 600 pés de comprimento, tem duas usinas nucleares OK-650V capazes de fornecer 190 megawatts cada uma e tem um deslocamento submarino de quase 24.000 toneladas.

Cerimônia de Inauguração

O Belgorod aparentemente será o primeiro barco a ser armado com os torpedos autônomos intercontinentais 2M39 Status-6 ou “Poseidon”, movidos a energia nuclear e armados com armas nucleares, dos quais pode transportar seis. O principal trabalho de Poseidon é atacar instalações costeiras com pouco ou nenhum aviso. Ele supostamente tem uma ogiva especialmente suja, o que significa que não apenas causaria danos imediatos, mas também contaminaria a área com radiação e impediria quaisquer operações ou reparos contínuos. Os ataques podem ser executados criando um tsunami radioativo. A arma tem extrema resistência e pode ser vista por longos períodos antes de um ataque depois de ser lançada a milhares de quilômetros de distância. É um sistema de entrega nuclear projetado diretamente para mitigar qualquer capacidade de defesa antimísseis americana.

Em fevereiro de 2019, o Ministério da Defesa da Rússia divulgou um vídeo alegando mostrar um teste subaquático da arma.  A embarcação também será capaz de transportar drones de alto mar, um minissubmarino de mergulho profundo movido a energia nuclear e uma usina nuclear submersível projetada para alimentar uma rede de sensores submarinos.

Construção do Drone Submarino

Investigar, manipular ou recuperar objetos relativamente pequenos no fundo do mar, como cabos submarinos  no fundo do mar, é uma das principais funções dos submarinos de missão especial russos. Para fazer isso, são necessários movimentos finos e a capacidade de “pairar” usando pequenos propulsores em uma posição relativamente estável debaixo d’água. Isso também pode explicar os lemes inferiores reforçados se  se espera que o  Belgorod  “pouse” no fundo do mar durante certas missões. Outros submarinos que a Rússia  equipou para missões especiais, assim como os americanos, apresentam patins retráteis para ajudar a apoiá-los no fundo do mar.

Essa capacidade de pairar pode ser fundamental para lançar e recuperar submarinos tripulados ou não tripulados. Em 2015, no que parece ter sido um vazamento deliberado, um slide de briefing apareceu em uma transmissão de televisão estatal russa que mostrava Belgorod com um submarino menor aninhado na parte inferior de seu casco. Ele pode localizar e manipular objetos no fundo do oceano. Está sendo visto como uma outra ferramenta da Rússia para dominação completa  do Ártico, que se abre rapidamente, onde o derretimento do gelo pode fornecer rotas marítimas intercontinentais que podem ser mais curtas do que o trânsito do Canal de Suez.