PETROBRÁS DECIDE REFAZER HELIPONTO DA P-53, VENDER COMO SUCATA OBRA QUE FALTAVA SÓ 5% E COMEÇAR TUDO DE NOVO
Parece perseguição quando falamos aqui sobre o poder do setor de licitação da Petrobrás, que desafia a qualquer um dentro da companhia e não permite a ingerência de ninguém, nem do compliance da empresa. Parece um ser independente, com vida própria. Faz o que quer e bem entender. E se não gostar, passe a mão no toco. É do jeito que resolvem. Se aceitar é desse jeito e se não aceitar, é do mesmo jeito. O Petronotícias constantemente vem alertando para isso. São múltiplos exemplos que se tornaram prejuízos para a própria companhia. O exemplo de hoje é de cair o queixo, coçar a cabeça e repetir o locutor Galvão Bueno: “Pode isso, Arnaldo?” Na Petrobrás, pode. Uma obra para substituir o heliponto da Plataforma P-53 , construído errado e que poderia provocar acidentes com os helicópteros nos momentos de pouso e decolagem, foi paralisada no final de 2021, acredite, quando faltavam apenas 5% para termina-la. Com isso, renovou-se um contrato assinado desde 2008 com três embarcações que servem para manter o posicionamento da plataforma no momento dos pousos e decolagens das aeronaves, pagando a cada uma delas US$ 30 mil por dia. O que estava pronto foi simplesmente abandonado, mesmo pagando diárias do espaço ocupado dentro do Porto de Arraial do Cabo.
O Petronotícias tornou público esse caso que envolve a empresa Alphatec, que ainda briga na justiça para ter seus direitos garantidos. A Petrobrás reconheceu o seu erro e tomou uma decisão: fazer uma nova licitação para, enfim, resolver o problema.
Mas se você pensa que seria apenas para complementar os 5% restantes que faltavam para concluir o heliponto, está muito enganado. Toda obra feita até agora e que está no Porto, vai ser vendida como sucata. A decisão é começar tudo de novo com a construção de um novo heliponto. Você não leu errado. Nós vamos repetir: Toda obra vai virar sucata e será construído um novo heliponto a partir do zero.
A Petrobrás já está consultando várias empresas no mercado de óleo e gás, enviando um RFI (Request for Information), para posteriormente abrir uma licitação. O que se sabe é que esse custo deverá chegar próximo à R$ 60 milhões e que a obra terá que ficar pronta em 450 dias. Isso significa se ela começasse hoje (29), apenas nos aluguéis das embarcações que seguram a Plataforma P-53 para o pouso das aeronaves, o custo a maior seria de, pelo menos, US$ 40,5 milhões. Em reais, no valor de hoje, seriam despesas acima de R$ 211 milhões. E a turma da licitação parece seguir no comando da companhia. Nada acontece. Mas aqui, cabe uma pergunta: será que a mesma coisa aconteceria numa empresa privada?
No final da noite, a Petrobrás enviou a seguinte nota, que publicamos na íntegra:
NOTA
A Petrobras esclarece que não são verdadeiras as informações publicadas pelo site Petronotícias sobre as obras do heliponto da P-53, nesta sexta-feira (29/07). A companhia também lamenta o tom do texto e o fato do veículo mais uma vez ignorar as informações disponibilizadas pela companhia.
Todos os procedimentos de contratação da companhia seguem rigorosamente a legislação e as normas internas de governança e conformidade. Neste sentido, a Petrobras tem sido diligente na condução de todas as suas contratações, incluindo as contratações que envolveram a construção do heliponto.
Como divulgado anteriormente, o contrato assinado em 2015 com a empresa Alphatec para a construção e instalação de novo heliponto na P-53 encerrou-se em setembro de 2016 sem que a obra fosse concluída pela referida empresa.
Cabe ressaltar que ao longo do contrato ocorreram atrasos de cronograma por parte da Alphatec, assim como a empresa paralisou, de forma unilateral, as obras antes do término do contrato. Foram aplicadas multas à contratada conforme previsto em contrato. A Petrobras então realizou nova licitação e mobilizou outra empresa que retomou a obra.
Porém, em março de 2018 o Ibama determinou o embargo de todas as atividades no Porto da Praia do Forno, em função de questões de licenciamento ambiental sob exclusiva responsabilidade do porto de Arraial do Cabo, inviabilizando assim o término das obras do heliponto.
A Petrobras empenhou todos os esforços para resolver o impedimento de se continuar a obra, entretanto os embargos persistem até o momento. Por essa razão, a companhia passou a avaliar alternativas para a conclusão da obra como já informado ao veículo em março deste ano.
As análises apontam que iniciar a obra de um novo heliponto contemplando uma solução integrada é a melhor opção do ponto de vista técnico e econômico. Tal decisão é amparada em pareceres jurídicos e financeiros. Por isso, a Petrobras iniciou consultas ao mercado e, no momento adequado, as necessidades serão comunicadas de acordo em conformidade com os procedimentos internos de contratação.
Cabe ainda ressaltar que o escopo da obra realizada pela Alphatec, embora avançado, representa pequena parcela do custo total do projeto.
Por fim, a Petrobras esclarece ainda que as operações de pouso e decolagem de aeronaves na P-53 estão sendo realizadas com suporte de embarcação do tipo AHTS, em total acordo com procedimentos de segurança estabelecidos.
O Petronotícias mantem as informações apuradas com várias de suas fontes. A melhor comprovação dessas informações é que desde 2018 o problema enfrentado pela construção do heliponto da P-53, de forma equivocada, no exterior e por empresas especialistas escolhidas pela Petrobrás, persiste. E desde lá havia riscos para pousos de helicópteros. E desde 2018 o problema não foi solucionado. Quase oito anos depois a situação está na mesma., com a empresa gastando diariamente aluguel de porto, aluguel de três embarcações há quase cinco anos pagando diárias de US$ 30 mil.
Vergoooonhaaaaa, abestalharam-se. Incompetentes, omissos, zombies