GOVERNO CRIA GRUPO TÉCNICO PARA DISCUTIR ESCOLHA DE NOVOS SÍTIOS NUCLEARES

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) publicou nesta segunda-feira (19), no Diário Oficial da União, uma resolução que cria um novo grupo técnico que tratará sobre a escolha de novos sítios nucleares no país. Os trabalhos serão coordenados pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e serão concluídos no prazo de 180 dias, a contar de 3 de outubro, podendo ser prorrogado uma única vez por igual período.

Além do MME, o grupo contará com a participação dos ministérios de Ciência, Tecnologia e Inovações; Meio Ambiente; Comunicações; e Desenvolvimento Regional. Também participarão representantes do GSI, da Comissão Nacional de Energia Nuclear, do Ibama, da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional, da Eletronuclear, do Serviço Geológico do Brasil, da Empresa de Pesquisa Energética e da Casa Civil da Presidência da República.

NUCLEAR FAZ BEM À FLORESTA: antes das usinas, desmatamento nas montanhas. Depois delas, vegetação exuberante no entorno da praia

O Grupo Técnico poderá também convidar para participar de suas reuniões, ou para integrá-lo, representantes de outros órgãos ou entidades que possam contribuir tecnicamente para esclarecimentos de matérias afetas ao objetivo a ser alcançado pelo colegiado. A Associação Brasileira para Desenvolvimento das Atividades Nucleares (ABDAN) será uma das organizações que participará dos debates. As reuniões acontecerão nas dependências do Palácio do Planalto, em Brasília.

Esta não foi a única iniciativa do governo no sentido de escolher potenciais novos locais para a instalação de centrais nucleares. Como noticiamos em janeiro, o MME e o Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel) celebraram um convênio de cooperação para estudar locais para implementação de novas usinas nucleares no Brasil. Na época, o ministério disse que o aumento da participação da fonte termonuclear na matriz energética brasileira é importante para reduzir os impactos das crises hídricas na geração de energia elétrica.

No caso em especial da usina de Angra dos Reis, a escolha da Praia de Itaorna como sítio para a central nuclear ajudou a conter o desmatamento que ocorria na região até os anos 70. Em reportagem especial sobre a Eletronuclear, o Petronotícias fez uma comparação de imagens, mostrando o sítio antes e depois das usinas (foto acima, à direita).

A resolução publicada hoje pelo governo também constituiu um segundo grupo técnico para normatizar a produção, a comercialização e a utilização de radioisótopos para pesquisa e uso médicos. O objetivo é criar diretrizes para a participação do setor privado na produção de radiofármacos. O grupo será composto por representantes dos seguintes órgãos: Ministério da Economia; Ministério da Saúde; Ministério de Minas e Energia; Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações; GSI; Comissão Nacional de Energia Nuclear; e Agência Nacional de Vigilância Sanitária.