DIRETOR DA ROSATOM DIZ QUE ATAQUES CONTRA A CENTRAL NUCLEAR DE ZAPORIZHZHIA VIERAM DE POSIÇÕES UCRANIANAS E HÁ RISCOS DE DESASTRE
Por Bruno Viggiano (Enviado Especial*) –
SOCHI – Após um final de semana de intensos bombardeios sobre a central nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, o diretor-geral da Rosatom, Alexey Likhachev, comentou os mais recentes episódios nesta segunda-feira (21) aqui na XII Atomexpo, em Sochi, Rússia. Ao final do painel ’Primavera nuclear: criando um futuro sustentável”, o executivo concedeu uma coletiva para a imprensa mundial e a explosão de projéteis na usina foi um dos principais assuntos abordados. Likhachev afirmou que um desastre nuclear está “à beira de acontecer” e que Kiev acredita que um acidente de pequena proporção pode servir aos interesses do país, ao que o russo alertou: “Radioatividade não reconhece nacionalidades ou fronteiras”.
De acordo com o diretor-geral da companhia russa de energia nuclear, “os ataques vêm de posições ucranianas e a preocupação com a situação foi repassada à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)”. O Ministério da Defesa russo, segundo a agência Tass, afirmou que 25 mísseis caíram nos arredores da instalação nos dias 19 a 20 de novembro, um deles atingindo o telhado de um edifício onde o combustível nuclear é armazenado. Autoridades russas informaram que “os níveis de radiação permanecem normais” no local. Para lembrar, em setembro, uma missão da AIEA liderada pelo diretor-geral, Rafael Grossi, visitou a usina e, na sequência, um relatório foi publicado pedindo a criação de uma zona de segurança ao redor da central para evitar acidentes causados por atividades militares. Para Likhachev, o avanço da proposta “muito vai depender das atividades de Rafael Grossi e muito vai depender do resultado de suas conversas com Kiev. Mas o mais importante é que uma zona de segurança só será possível se for aprovada por Washington”.
Moscou e Kiev se acusam mutuamente da responsabilidade dos inúmeros bombardeios registrados desde o início da operação militar especial em território ucraniano. A central de Zaporizhzhia, a maior em operação na Europa, está ocupada desde o início de março por tropas russas e, em outubro, foi oficialmente incorporada após um decreto do presidente, Vladimir Putin, promover a anexação de quatro regiões ucranianas: Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhzhia.
* O Repórter viajou a convite da ROSATOM
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