LULA AVALIA QUE EXPLORAÇÃO NA MARGEM EQUATORIAL DIFICILMENTE TRARÁ PROBLEMAS PARA A AMAZÔNIA
Ao embarcar de volta ao Brasil, o presidente Lula sinalizou que pode ser favorável ao projeto de exploração de óleo e gás na região da Margem Equatorial, que fica situada no litoral entre os estados do Amapá e do Rio Grande do Norte. Após participar da cúpula do G-7, no Japão, Lula disse a jornalistas que acha “difícil” que a perfuração de um poço planejado pela Petrobrás, na costa do Amapá, traga problemas ambientais para a Amazônia.
“Se extrair petróleo na Foz do Amazonas, que é a 530 quilômetros, em alto mar, se explorar esse petróleo tiver problema para a Amazônia, certamente não será explorado. Mas eu acho difícil, porque é a 530 quilômetros de distância da Amazônia. Mas eu só posso saber quando eu chegar lá [no Brasil]”, disse o presidente a jornalistas antes de embarcar de volta ao Brasil.
Para lembrar, o plano da Petrobrás é perfurar um primeiro poço na Margem Equatorial no bloco FZA-M-59 (prospecto Morpho), na Bacia da Foz do Amazonas, em lâmina d’água de aproximadamente 2.880 metros e a cerca de 175 quilômetros da costa do estado do Amapá. A empresa estava tentando obter o licenciamento ambiental para a atividade, mas recebeu a negativa do Ibama na semana passada.
Como noticiamos mais cedo, os próximos dez dias serão de muita mobilização por parte das classes política e empresarial dos estados do Amapá, Pará e Maranhão em favor da liberação das atividades exploratórias na Margem Equatorial. Inclusive, existe a expectativa de que políticos amapaenses se encontrem ainda nesta semana com o presidente Lula para debaterem o tema.
Com a negativa do Ibama, a Petrobrás disse inicialmente que a sonda de perfuração ODN-II, alocada para a perfuração na Foz do Amazonas, seria realocada nos próximos dias para atividades nas bacias da região Sudeste. Contudo, o Ministério de Minas e Energia enviou um ofício à petroleira, solicitando que mantenha o ativo na região até que as discussões com o Ibama avancem.
O parecer do Ibama é técnico e deve ser respeitado. Um governo que se elegeu prometendo cuidar do meio ambiente não deveria sequer cogitar esse projeto. Num época de corrida por fontes alternativas de energia é até um vergonha o Brasil cogitar isso . . .