EM REAÇÃO À FALA DE PRATES, AEPET DIZ QUE BRASIL PODE FICAR PROTEGIDO DE DISTÚRBIOS NOS PREÇOS DE DERIVADOS, APESAR DA GUERRA
O vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), Felipe Coutinho (foto), afirma que o mercado brasileiro de combustíveis pode passar com relativo conforto pelo atual quadro geopolítico conturbado, por conta da guerra entre Israel e o Hamas. Coutinho gravou um vídeo reagindo a uma recente entrevista do presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, ao site Brasil 247. Quando questionado sobre os possíveis impactos do conflito no mercado brasileiro, Prates afirmou que a guerra acontece em uma região de menor importância para o suprimento mundial de petróleo. O presidente da estatal disse ainda que um possível alastramento do conflito, envolvendo outras nações do Oriente Médio, poderia sim trazer impactos à oferta de petróleo.
O vice-presidente da AEPET afirmou que o Brasil é superavitário na produção de petróleo. Segundo ele, o país exporta todos os dias 1,5 milhão de barris, o que representa cerca de 45% do total da produção nacional. “O Brasil é, de fato, superavitário na produção de petróleo e tem uma capacidade de refino que está em linha com a capacidade de demanda por produtos derivados dos combustíveis no Brasil. Uma necessidade de importação residual, caso aconteça, pode ser feita pela Petrobrás”, avaliou.
Para Coutinho, pelo fato de ter autossuficiência do petróleo, um parque de refino capaz de processar a maior parte da demanda por combustíveis no Brasil e a capacidade de importação de combustíveis por meio da Petrobrás, o Brasil tem uma vantagem muito grande em relação aos outros países.
“É isso que deveria ser dito pelo presidente da Petrobrás. Ele deveria afirmar que o Brasil pode, num cenário de crise geopolítica internacional e aumento significativo dos preços do petróleo, ficar protegido e numa situação confortável. A Petrobrás pode garantir o abastecimento do mercado nacional a menores custos possíveis”, declarou. “É isso que deveria ser dito, não foi. Infelizmente, o que dá a impressão de que essa volatilidade, esse aumento dos preços no mercado internacional, pode ser trazido para o Brasil, que, aliás, é o que vem acontecendo”, acrescentou.
Por fim, Coutinho fez críticas à nova política de preços da Petrobrás, revelada pela estatal em maio. “Apesar de ter anunciado a mudança da política de preços, na prática, a política de preços paritários de importação tem sido mantida. Essa política só mudou na retórica, mas não na prática”, concluiu. O vídeo completo da AEPET está disponível neste link.
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