PETROBRÁS ANUNCIA QUE ANALISARÁ PROPOSTA PARA ADQUIRIR PARTICIPAÇÃO NA REFINARIA DE MATARIPE
Às vésperas do Natal, a Petrobrás mexe com o mercado de refino do país e agita o noticiário do setor de óleo e gás. A empresa anunciou na tarde de hoje (22) que recebeu uma proposta da Mubadala Capital para uma possível compra de participação acionária na Refinaria de Mataripe (antiga RLAM). Para lembrar, a unidade foi vendida pela petroleira ao fundo árabe em 2021 por cerca de US$ 1,8 bilhão. Uma possível recompra da antiga RLAM já estava no radar do setor há algumas semanas, tendo em vista que o presidente da estatal, Jean Paul Prates, já havia confirmado em novembro que a empresa analisava essa possibilidade.
Em comunicado ao mercado, a Petrobrás disse que a proposta da Mubadala será avaliada internamente. A empresa não chegou a detalhar qual o percentual acionário da refinaria poderá ser eventualmente comprado caso as negociações avancem. “A companhia também esclarece que eventuais decisões de investimentos deverão, dentro da governança estabelecida na Petrobras, passar pelos processos de planejamento e aprovação previstos nas sistemáticas aplicáveis, tendo sua viabilidade técnica e econômica demonstrada e em linha com seu Plano Estratégico 2024-2028+”, disse a Petrobrás em comunicado.
Esse movimento segue em linha com o direcionamento do Planalto. O Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou em setembro que a Petrobrás deveria recomprar refinarias de petróleo que haviam sido privatizadas ao longo dos últimos anos, com o objetivo de alcançar a autossuficiência na produção de combustíveis.
A Refinaria de Mataripe, situada em São Francisco do Conde (BA), possui capacidade de processamento de 333 mil barris por dia, e seus ativos incluem quatro terminais de armazenamento e um conjunto de oleodutos que interligam a refinaria e os terminais totalizando 669 km de extensão.
A Mubadala também propôs à Petrobrás a compra de ações na empresa Acelen Energia Renovável – cujo o principal projeto é a construção de uma biorrefinaria na Bahia, ao lado da Refinaria Mataripe. O projeto de biorrefino integrado contempla plantas de produção de diesel renovável e querosene de aviação sustentável a partir de óleo vegetal oriundo de culturas nativas, com operação nos estados da Bahia e Minas Gerais.
A construção da biorrefinaria deverá demandar investimentos de R$ 12 bilhões nos próximos 10 anos, visando a produção, a partir de 2026, de 1 bilhão de litros de combustível sustentável de aviação (SAF) e diesel renovável HVO. Esses produtos serão obtidos a partir principalmente da macaúba, uma árvore nativa do Brasil conhecida por sua alta produtividade de óleo.
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