ABDAN PREVÊ QUE ANGRA 3 PODE GERAR REDUÇÃO DE ATÉ 3,8% NA TARIFA DE ENERGIA DURANTE PERÍODOS DE SECA
Análises recentes indicam que a entrada em operação da usina nuclear Angra 3 pode trazer uma redução de até 3,8% em períodos de seca no país. O dado foi apresentado na noite de hoje (11) pela Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN), presidida por Celso Cunha (foto). A entidade indica ainda que em cenários favoráveis de hidrologia, quando os reservatórios das hidrelétricas estão cheios, o impacto de Angra 3 pode chegar a um aumento de 1%. O comunicado da entidade é uma reação às notícias que circulam desde ontem (10) no mercado, sobre o suposto suposto aumento de 2,9% ao ano nas contas de luz em decorrência da usina nuclear, dado que foi divulgado pelo Tribunal de Contas da União (TCU).
Conforme noticiamos mais cedo, a Eletronuclear esclareceu que os dados apresentados pelo TCU são preliminares. A previsão de um impacto de 2,9% na tarifa foi feita em cima de dados provisórios da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A própria EPE também confirmou que os números ainda não são definitivos. A companhia de planejamento disse ainda que aguarda a conclusão de um estudo do BNDES para produzir um novo relatório com informações atualizadas.
Leia a seguir o comunicado da ABDAN na íntegra:
A Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (ABDAN) vem a público esclarecer e rebater as informações veiculadas recentemente na imprensa sobre o suposto aumento das contas de luz em decorrência da usina nuclear de Angra 3. A ABDAN refuta veementemente a afirmação de que a energia proveniente desta usina resultaria em um aumento de 2,9% ao ano nas contas de energia elétrica.
É importante ressaltar que o estudo mencionado, encomendado antes da atual gestão na Empresa de Pesquisa Energética (EPE), não utilizou informações oficiais. O Tribunal de Contas da União (TCU) baseou-se em um cálculo provisório da EPE, datado de 2022, o qual, por sua vez, se fundamentou em um documento preliminar do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o Ministério de Minas e Energia (MME).
Destacamos que a EPE, a Eletronuclear e o BNDES informaram ao TCU que se tratava de um exercício quantitativo preliminar.
Em contrapartida, cálculos mais recentes e embasados demonstram que o impacto para o consumidor pode ser significativamente menor do que o divulgado, podendo variar de um aumento de apenas 1% em cenários favoráveis de hidrologia, a uma redução de até 3,8% em condições adversas.
É crucial salientar que o número provisório utilizado pelo TCU compara energias de fontes completamente distintas, sem levar em consideração os atributos intrínsecos da energia nuclear, como a injeção firme, a alta disponibilidade, e a nula emissão de carbono, dentre outras características essenciais para a segurança e sustentabilidade do sistema energético.
Além disso, a energia nuclear desempenha um papel fundamental na transição energética global, conforme reconhecido no relatório final da Conferência das Partes (COP-28), sendo uma fonte estratégica para a diversificação da matriz energética e a redução das emissões de gases de efeito estufa.
A ABDAN reitera seu compromisso com a busca por soluções que garantam a segurança energética do país, além da divulgação de notícias verídicas, recentes e oficiais.
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