MARINA SILVA SERÁ CHAMADA AO SENADO PARA EXPLICAR PROJETO QUE CRIA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO MARINHA NA MARGEM EQUATORIAL

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, será chamada ao Senado para prestar esclarecimentos sobre uma ideia polêmica, que se tirada do papel pode até mesmo inviabilizar a exploração das promissoras reservas de petróleo da Margem Equatorial. O convite à ministra foi aprovado hoje (12) pela Comissão de Infraestrutura do Senado, após requerimento do senador Lucas Barreto (foto abaixo, à direita). Segundo ele, o Instituto de Estudos Avançados da USP e o Centro de Biologia Marinha da USP, apoiados pelo Ministério do Meio Ambiente, promoveram em São Paulo uma reunião técnica para criação da unidade de conservação (UC), com área já delimitada em poligonal de 35 milhões de hectares. Ainda de acordo com o senador, a proposta prevê uma área que ocupará a dimensão de 390 km de largura por 1.390 km de comprimento, estendendo-se da fronteira do Mar Territorial da Guiana Francesa com o Brasil até o limite territorial marinho brasileiro entre o Piauí e o estado do Ceará.

“Nada disso motivaria um consequente convite da Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Exma. Srª Marina Silva, e demais autoridades (…) se não fosse a proposital coincidência dessa unidade de conservação, com área equivalente a oito vezes o território do Estado do Rio de Janeiro, [que] está se sobrepondo as descobertas geológicas das trilionárias reservas de Petróleo e Gás, no pré-sal na costa do Amapá, Pará e Maranhão – exatamente no ‘Grande Prêmio da Margem Equatorial Atlântica’”, escreveu o senador em seu requerimento.

Além da ministra Marina Silva, o requerimento de Barreto pede que sejam ouvidas também Magda Chambriard, presidente da Petrobrás; Marcos Sampaio Olsen, almirante de esquadra e comandante da Marinha; e Taisa Mara Morais Mendonça, secretária de Meio Ambiente do Estado do Amapá.

Amanhã, na Comissão de Minas e Energia da Câmara, será votado também um requerimento feito pelo deputado Julio Lopes para ouvir Marina Silva sobre outro assunto: o adiamento por mais de três meses da audiência pública sobre o projeto de exploração de urânio nas minas de Santa Quitéria(CE.