GRAÇA ESTIMA PREJUÍZO DE PASADENA EM US$ 530 MILHÕES, MAS RESSALTA QUE REFINARIA PASSOU A DAR RESULTADO ESTE ANO | Petronotícias




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GRAÇA ESTIMA PREJUÍZO DE PASADENA EM US$ 530 MILHÕES, MAS RESSALTA QUE REFINARIA PASSOU A DAR RESULTADO ESTE ANO

gracaDiante de uma plateia repleta de senadores, uns dispostos a defendê-la, outros ávidos por encontrar falhas em sua exposição, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, deu novas explicações sobre a aquisição da refinaria de Pasadena, nos EUA, reconhecendo novamente que não foi um bom negócio ao final do processo. Ela explicou que todos os gastos envolvidos na compra da unidade ficaram em US$ 1,25 bilhão, sendo que a empresa reconheceu a perda de US$ 530 milhões com a operação, mas ressaltou que desde o início deste ano a refinaria já vem dando resultado positivo.

“Transformou-se num investimento de baixo retorno sobre o capital investido. Já reconhecemos US$ 530 milhões de perda de Pasadena. A partir daqui temos um ativo que opera com segurança, que nos meses de janeiro, fevereiro e março deu resultado positivo. Por quê? Além da melhor performance operacional, temos o petróleo leve não convencional que chega a refinaria com um desconto menor, o que traduz um resultado positivo para essa operação”, destacou.

De acordo com a presidente, as condições do mercado internacional na época da aquisição eram completamente diferentes, ainda antes da descoberta do pré-sal e antes da crise de 2008, que afetou o mundo todo e levou a uma grande redução nas margens de refino pelo globo. Ainda assim, voltou a mencionar a ausência de duas informações importantes no resumo executivo apresentado pela diretoria internacional ao conselho de administração, que incluía a presidente Dilma Rousseff, em fevereiro de 2006, quando a ata de compra de 50% da unidade foi aprovada.

Graça indicou que as duas cláusulas suprimidas do documento previam a opção de saída do negócio por parte da Astra e uma previsão de rentabilidade baseada no processamento do óleo pesado produzido no campo de Marlim. No entanto, ela reiterou a posição da presidente Dilma, de que o relatório era falho, e avaliou que faltou discutir a fundo esses itens, definindo propriamente o preço a ser pago pela Astra na hora de vender seus outros 50%. Além disso, a parceria era baseada na utilização do óleo pesado produzido no Brasil, para que pudesse capturar as margens de ganho que eram repassadas às refinarias estrangeiras por meio da exportação do óleo cru. Como a Astra não aceitou fazer os investimentos em unidades de coque e HDT, voltadas ao processamento do óleo pesado, a parceria começou a desandar. Dali em diante a disputa judicial tomou forma e cresceu, até chegar ao desfecho com a decisão arbitral que levou a novas perdas da Petrobrás.

Ela ainda chegou a comparar a compra de outras refinarias pelo mundo à época, citando uma unidade vendida no Canadá, com capacidade de 226 mil barris por dia (126 mil a mais do que Pasadena), por US$ 2,8 bilhões. Além disso, apresentou novos números sobre o valor que a Astra teria pago pela refinaria antes de repassar 50% à estatal, afirmando que, baseando-se em números internos da unidade, esse montante teria sido de pelo menos US$ 360 milhões.

“Erraram. Existem outros projetos em que é necessário registrar perdas no balanço”, disse ao final, complementando o que tinha falado um pouco antes: “Quando tratamos o resumo executivo, ele deve conter todas as informações necessárias e suficientes para a devida avaliação do que se vai fazer. Não tem operação 100% segura, em nenhuma atividade comercial, e certamente não na indústria de óleo e gás”. Quando surgiram as denúncias sobre o caso, o ex-diretor internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, responsável pelo resumo executivo apresentado à época da compra da refinaria, foi exonerado do cargo que ocupava, de diretor financeiro da BR Distribuidora.

Graça ainda terminou o discurso inicial dizendo que em 2015 a empresa começará a ter fluxo de caixa positivo, mas ressaltou que a convergência de preços de combustíveis com o mercado internacional é um fator importante para isso.

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ESTIMATIVA CONSERVADORA DO PREJUIZO DA PETROBRAS NA AQUISIÇÃO DE PASADENA NA OTICA DE GRAÇA FOSTER O prejuízo de US$ 530 milhões de dólares reconhecido na contabilidade da Presidente Graça Foster relacionado a aquisição da refinaria de Pasadena não confere com a realidade dos fatos, ficando adstrito ao exclusivo entendimento da presidente da Estatal petroleira. O que importa, Presidente Graça Foster é considerar o valor total desembolsado pela companhia ate a presente data, que monta até o momento em 1,2 bilhões de dólares, valor esse, se comparado ao valor atual de mercado da sucata adquirida, projeta um prejuízo bem maior que… Read more »