ASEL-TECH BUSCA PARCERIAS PARA EXPANDIR SUAS ATIVIDADES NO BRASIL
Por Paulo Hora (paulo.hora@petronoticias.com.br) –
Com o objetivo de divulgar seu trabalho na fiscalização de tentativas de roubo de petróleo, a Asel-Tech vai fornecer tecnologia de monitoramento de dutos para o Centro de Tecnologia em Dutos (CTDUT). Segundo o presidente da companhia, Julio Alonso, o duto será instalado em Duque de Caxias (RJ) e o monitoramento acontecerá na sala de controle do Centro.
Julio Alonso também falou sobre os planos da companhia, que busca um parceiro brasileiro para aumentar sua atuação no país. Atualmente, a Asel-Tech conta com tecnologias patenteadas nos Estados Unidos, onde fica parte de seu sistema de produção, e já disponibilizou essa tecnologia para empresas estrangeiras.
Fale um pouco da instalação do sistema da Asel-Tech no duto do CTDUT.
Trata-se de uma proposta de doar para o centro um duto de 2,5 km, no que estamos trabalhando há três anos. Para a Asel-Tech, o projeto servirá como uma vitrine para mostrar nosso trabalho. O duto já está pronto e fica em Duque de Caxias, no meio do mato, onde bandidos podem ter fácil acesso. Às vezes, rouba-se petróleo até para fazer cocaína. Mas nós teremos um sistema instalado na sala de controle do CTDUT, que será capaz de detectar em poucos segundos a tentativa de roubo e a localização exata.
Que outros projetos relacionados a monitoramento de dutos a Asel-Tech está desenvolvendo?
Na Nigéria, o roubo de petróleo bruto e de gasolina em dutos é absurdo. A Shell ameaçou interromper sua atuação lá se o governo não fizesse algo quanto a isso. Então, eles começaram a negociar com uma empresa inglesa para a instalação de um sistema para detecção de vazamentos ou roubos nos dutos. Essa empresa visitou nossas instalações no Brasil e chegou à conclusão de que a nossa tecnologia é a melhor. Assim, estamos perto de concretizar nossa participação em um grande projeto para a Nigéria e para países da Europa também.
Alguma outra empresa participará dessa parceria?
Sim. A Airbus vai fornecer satélites desenvolvidos para enxergar barcos pequenos. Na Nigéria, o roubo de petróleo é feito em terra, passando por barcos através dos rios, para chegar a navios no mar.
Esse tipo de roubo acontece no Brasil também?
Acontece menos, mas não é muito divulgado porque o governo e a Petrobrás tentam esconder. Mas há até vídeos no youtube ensinando a roubar petróleo e gasolina de dutos.
Em janeiro vocês anunciaram um sistema acústico de detecção de vazamentos em oleodutos patenteado nos EUA. Essa tecnologia já foi disponibilizada para alguma empresa?
Já vendemos para Pemex, do México; Petronas, da Malásia; e Petroperu, do Peru. No momento estamos fechando negócio com uma grande empresa dos Estados Unidos.
Essa patente já está valendo no Brasil também?
Já estamos esperando há sete anos. No INPI é tudo muito demorado. Nos Estados Unidos foram três anos para conseguir a patente da mesma tecnologia. Lá nós ainda tivemos que brigar com a GE para provar que nossa tecnologia era diferente da deles.
A Asel-Tech está muito presente no mercado americano e agora na Europa e na África. O que falta para aumentar as atividades no Brasil?
Somos uma empresa pequena, com limitação de recursos, caminhando a passos de tartaruga. Se conseguirmos um parceiro no Brasil, poderíamos queimar mais etapas. A empresa que quiser investir em tecnologias para monitoramento de dutos não precisará reinventar a roda, pois já dispomos da tecnologia.
Como você avalia o Plano Decenal de Expansão da Malha de Transporte Dutoviário (Pemat)?
O país precisa disso demais. Para a Asel-Tech, que patenteou um sistema de ancoragem de dutos e tem muitos clientes que usam gás natural, é muito interessante também. A malha do Brasil é ridícula para o tamanho do país e está concentrada na costa.
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