PETROBRÁS DEVE CONTINUAR A IMPORTAR GNL NO MERCADO DE CURTO PRAZO

A demanda por gás natural no país tem aumentado, com a falta de chuvas e a maior requisição de termelétricas em ação para abastecer o sistema elétrico brasileiro, mas a Petrobrás não pensa em fazer contratos de importação de GNL de longo prazo. A presidente da estatal, Graça Foster, disse, em entrevista ao jornal Valor Econômico, que a empresa continuará comprando cargas no mercado de curto prazo (spot), e que mudanças só poderão ser realizadas se o setor elétrico apontar a necessidade.

O país vem ficando cada vez mais dependente de usinas térmicas, de modo que as indústrias têm tido dificuldades em conseguir o insumo para suas necessidades. A produção de alumínio no país tem caído fortemente nos últimos meses e deve continuar a cair, por conta do alto preço da energia elétrica.

O planejamento energético nacional continua sem dar espaço para novas usinas nucleares, preferindo aumentar as importações de gás natural liquefeito e sujar a matriz com mais usinas a carvão, sabendo que o potencial hidrelétrico do país será esgotado entre 2025 e 2030.

Ainda se baseia na expectativa do aumento da produção de gás do pré-sal, que por enquanto não é suficiente para atender a demanda crescente no Brasil.

De acordo com o jornal, Graça disse que no plano da estatal não há novas térmicas previstas até 2030, mas o objetivo de ampliar o fornecimento de gás continua no foco. Quanto à mudança do modelo de importação do GNL, a presidente afirmou que não está prevista, mas que há discussões.

Segundo ela, a área comercial de gás da companhia vem discutindo o tema, que deve ser abordado cada vez mais no médio prazo. O que deverá definir uma possível mudança será a oferta e a demanda, assim como a necessidade do setor elétrico.