GOVERNO APROVA PLANO DECENAL DE ENERGIA PARA 2023
O Ministério de Minas e Energia, comandado por Edison Lobão (foto), aprovou o Plano Decenal de Expansão de Energia 2023 (PDE 2023), com a previsão de R$ 1,3 trilhão a serem investidos em novos projetos no país ao longo dos próximos anos, para a garantia do abastecimento energético nacional. Desse total, a maior parte (69,6%) será aplicada no setor de petróleo e gás, enquanto a área de energia elétrica ficará com o segundo lugar (23,8%). O segmento de biocombustíveis responderá pelo restante (6,5%).
De acordo com o plano, a capacidade instalada do Brasil deverá subir dos atuais 124,8 GW para 195,9 GW, e a produção de petróleo deve atingir 4,9 milhões de barris/dia, enquanto a produção de gás natural passará de 77,2 milhões de metros cúbicos para 148,8 milhões de metros cúbicos/dia.
Na matriz de geração de energia elétrica, as renováveis deverão representar perto de 86% em 2023, com destaque para a energia eólica, que dos atuais 1,1% da matriz elétrica deverá passar a 8,1% em 2023, devido à expansão de 20 GW no período.
O documento mantém a postura do governo de não incluir novas usinas nucleares nos planos para os anos mais próximos, afirmando que a expansão da fonte no período decenal se dará apenas pela implantação da usina de Angra 3, com capacidade instalada de 1.405 MW. A entrada em operação da unidade, apesar de constar no texto como prevista para junho de 2018, já foi postergada oficialmente pela Eletronuclear, para o final de dezembro do mesmo ano. Com isso, aumentará o parque nuclear atualmente existente em 71%, de 1.990 MW para 3.395 MW.
Apesar de não trazer novidades sobre a inclusão de novos projetos nucleares, o plano faz uma ressalva que pode ser uma sinalização importante para o segmento, que há tempos vem ressaltando a necessidade premente de serem aprovadas novas usinas, em função do aumento da demanda de geração térmica firme para garantir a segurança energética do país.
“O fato da expansão do parque gerador com usinas nucleares ter ficado restrita à usina de Angra 3 deve-se basicamente aos prazos necessários para a implantação de novas centrais. Estes prazos são da ordem de dez anos, contados a partir da definição do sítio para localização da central nuclear e da decisão para o início das medidas efetivas para a sua implantação. Assim, considerando o tempo de maturação de um projeto nuclear, a data provável para a participação efetiva desta fonte na expansão do sistema de geração ultrapassa o horizonte deste Plano. No entanto, o acompanhamento do desenvolvimento de novos projetos e da implantação de novas usinas ao redor do mundo, com perspectivas de avanços tecnológicos que levem à redução de prazos e de custos de implantação, devem prosseguir de modo que essa fonte possa vir a ser considerada em planos indicativos futuros”, afirma o texto.
O tema vem sendo defendido frequentemente pela Associação Brasileira para o Desenvolvimento das Atividades Nucleares (Abdan), que ressalta sempre a importância da abertura do setor para o capital privado, já que há muitas empresas interessadas em investir em projetos no Brasil.
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