CERVERÓ ENTRA NA LISTA DE RECEBEDORES DE PROPINA DA ODEBRECHT

A lista de executivos da Petrobrás que receberam propina da Odebrecht parece estar prestes a aumentar. O Ministério Público Federal (MPF) obteve documentos que levantam suspeita de que a companhia também fez repasses para o ex-diretor da área Internacional da companhia Nestor Cerveró, em 2008.

De acordo com os papéis que o MPF teve acesso, os pagamentos foram feitos por meio do doleiro suíço Bernardo Freiburghaus para a conta Forbal, mantida por Cerveró na Europa. O intermediador seria o operador da Odebrecht na Suíça.

A confirmação do pagamento de propina pela empreiteira para o ex-diretor foi dada pelo depoimento de Alexandre Amaral de Moura, dono da Comtex Indústria e Comércio, fabricante de sistemas de vigilância e fornecedora da Petrobras. No último dia 30, Moura disse aos procuradores que Freiburghaus usou uma operação de dólar-cabo para disponibilizar “valores em espécie” para ele no Brasil.
Segundo o MPF, a operação se daria da seguinte maneira: Moura entrou em contato com Bernardo, usou a operação de dólar-cabo para dissimular pagamentos de propina da Odebrecht para Paulo Roberto Costa. Assim, Moura efetuou um depósito de US$ 340 mil a crédito da Quinus Services, de Paulo Roberto Costa no HSBC da Suíça, da qual Bernardo era procurador. Esse crédito foi efetuado porque, simultaneamente, a Odebrecht queria remeter recursos para pagar propinas a Paulo Roberto Costa. Em contrapartida, no Brasil, Bernardo coletou recursos disponibilizados em espécie pela Odebrecht e entregou a Moura.

Na mesma operação, um depósito de US$ 300 mil foi feito por Moura para a Forbal, empresa aberta por Cerveró em 2008, no Uruguai. “A conta Forbal era conta de Nestor Cerveró, o que indica pagamentos da Odebrecht também em favor de Cerveró no exterior”, dizem os procuradores do MPF.