INVESTIGADORES DA LAVA-JATO RECUSAM ACORDO COM CERVERÓ PARA DELAÇÃO PREMIADA

O ex-diretor da área Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró (foto), teve sua proposta de delação premiada recusada pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal. Os investigadores da Operação Lava-Jato já haviam descartado a possibilidade de negociação com os advogados do ex-executivo, que teria apresentado versões falsas em seus depoimentos ao longo do processo.

Os responsáveis pelos acordos de delação afirmaram que estão dispostos a reabrir o diálogo apenas caso Cerveró demonstre provas de casos já apurados na investigação e faça novas revelações. Um dos advogados do réu, Felipe Caldeira, disse que o cenário é complexo. “A Operação Lava-Jato está muito avançada, com muitos dados e informações. Isso diminui a capacidade de colaboração real, por meio de acordos”, afirmou ele. A recusa não impede que novas negociações de cooperação sejam realizadas. Operadores da Lava-Jato afirmam ser normal que o réu apresente poucas informações úteis à investigação em busca de redução de pena.

Acusado de receber US$ 40 milhões em esquemas da Petrobrás, Cerveró já foi condenado por lavagem de dinheiro na compra de uma cobertura de R$ 7,5 milhões no bairro de Ipanema por meio de uma offshore no Uruguai. O ex-executivo atualmente é também suspeito de ter recebido pagamentos de propina da Odebrecht.