SANDECH BUSCA NOVOS MERCADOS E APOSTA NA VERSATILIDADE PARA SUPERAR O CENÁRIO DE MENORES INVESTIMENTOS
Por Luigi Mazza (luigi@petronoticias.com.br) –
Os impactos da crise na área de óleo e gás não devem dar trégua até o próximo ano, mas o momento de dificuldades traz também oportunidades de fortalecimento a companhias do setor. Em meio às menores demandas, a redução de custos e a busca por novos mercados constituem uma fórmula fundamental para a sobrevivência de investidores no segmento. O cenário não é diferente para a SANDECH, empresa que aposta na versatilidade para superar o pessimismo que toma não apenas o mercado brasileiro, mas toda a indústria mundial de óleo e gás, em tempos de preço baixo do barril de petróleo. Atuante junto a grandes operadores nacionais e internacionais, a companhia busca crescer sem perder suas bases originais que a consolidaram junto a players da indústria offshore. Há ainda muito o que desenvolver no Brasil, mas os mercados que emergem na América Latina e na África continuam atraindo grande interesse para novos investimentos, conta a gerente comercial da SANDECH, Marcela Justino. A empresa também auxilia companhias de fora a investir na indústria brasileira, avaliando novas possíveis parcerias de atuação em projetos do setor. Frente aos desafios do mercado, a companhia busca aumentar sua gama de clientes e se aventura em projetos de novas áreas, afirma Justino, que ressalta a importância das políticas de redução de custos em meio à crise. “Austeridade é nossa palavra de ordem, e saber onde devemos alocar nossos recursos em um momento delicado como este faz toda a diferença para o futuro da empresa”.
Como a SANDECH tem sido afetada pelo cenário de menores investimentos?
Para a SANDECH, o atual cenário de crise tem sido uma oportunidade sem precedentes. Nos momentos mais difíceis as empresas precisam de parceiros com elevada produtividade e eficiência, que conseguem fazer mais com menos; e é exatamente isso o que a SANDECH sabe fazer, entregando projetos com qualidade comparável aos grandes players do setor, porém com custo mais competitivo. Temos uma lista de grandes clientes, entre operadoras internacionais, grandes distribuidores de petróleo e derivados, operadores de FPSOs, entre outros, que optaram por trabalhar conosco. Estamos crescendo com esses clientes, e o “boca a boca” neste mercado é algo fantástico. Muitas empresas têm nos procurado. Tivemos um crescimento expressivo e consistente desde a nossa fundação, tanto em faturamento quanto em equipe. Hoje contamos com um corpo técnico multidisciplinar, com mais de 40 colaboradores. O maior desafio que temos enfrentado com o presente cenário é o de continuar crescendo de forma orgânica e sem perder a cultura que foi construída desde o início da empresa.
A companhia vem internacionalizando seus projetos?
Com certeza não deixamos de olhar para fora do Brasil, e estamos acompanhando de perto o desenvolvimento dos mercados, principalmente no continente africano e na América Latina, em países como Angola, África do Sul, Colômbia, Peru e Argentina. Por outro lado, a nossa diretoria entende que ainda temos muito a fazer no Brasil antes de pensarmos em um escritório fora do país. Por enquanto, atendemos a alguns projetos externos com o nosso escritório aqui no país, e acompanhamos o desenvolvimento das oportunidades no exterior com bastante atenção, incluindo a possibilidade de parcerias com empresas internacionais para atingir e conquistar novas fatias de mercado e uma maior diversidade de projetos dentro e fora do Brasil.
Qual é o principal projeto da empresa atualmente?
Temos uma carteira de projetos bastante diversificada, que contempla clientes de diversos segmentos, mas, claro, atuamos principalmente no setor de óleo e gás. O diferencial da SANDECH é a versatilidade: nós conseguimos atuar com qualidade e sendo competitivos desde a boca do poço até o posto de gasolina, atendendo a toda a cadeia de óleo e gás de forma muito eficiente, e temos projetos importantes em cada elo que compõe esta cadeia.
Como a SANDECH busca atrair investidores estrangeiros para o mercado brasileiro?
A SANDECH tem uma um bom relacionamento com diversos consulados e câmaras de comércio, e tem ajudado essas instituições a auxiliar empresas estrangeiras interessadas em investir no Brasil. Tivemos grandes casos de parcerias de sucesso no passado recente, e hoje temos uma joint-venture, que é uma start-up no Brasil, com a Special Piping Materials, uma das maiores estoquistas mundiais de tubulação em ligas especiais. Os consulados e as câmaras de comércio tendem a nos indicar estas empresas, porque confiam no nosso approach. Nós somos francos e avaliamos com cuidado cada oportunidade que aparece, dando um parecer realista sobre a competitividade de determinada empresa ou produto no Brasil, o que é uma grande ajuda para o investidor estrangeiro. Uma empresa, para ter sucesso no Brasil, com todas as particularidades e desafios que nossos sistemas econômico, tributário e político impõem, precisa ter um produto realmente diferenciado, com um foco forte em qualidade e uma postura de realmente querer investir no país. É preciso muita vontade e muito trabalho para vencer as barreiras de entrada em um país como o nosso.
Quais as expectativas para novos investimentos com o novo plano de negócios da Petrobrás?
De certa forma, a Petrobras nunca foi a principal cliente da SANDECH ao longo dos oito anos de existência da empresa. É claro que acabamos sendo afetados indiretamente, pois muitos dos nossos clientes têm a Petrobras como cliente final, mas nós estamos – e sempre buscamos ser – bastante diversificados, atendendo a outros setores em diferentes posições da cadeia de petróleo e gás. As mudanças no Plano de Negócios não nos afetaram diretamente como afetaram a outras empresas. Entendemos que esta redução nos investimentos ocorrida em grande parte das petroleiras mundiais é consequência de um desafio global enfrentado pelo setor de petróleo e gás, que deve ser vencido nos próximos anos. Já prevíamos isso há mais de dois anos, e temos intensificado a nossa prospecção de clientes em outros setores desde então.
Há perspectiva de melhora no mercado pelos próximos meses?
Nós esperamos que sim; entendemos que ainda há muita demanda de consumo de petróleo no mundo, seja como fonte de energia, seja como matéria prima para produção de produtos derivados. No entanto, uma melhora significativa nas condições deste mercado deve levar algum tempo para gerar bons frutos, então não esperamos grandes mudanças até o final de 2016. Nós vemos países como o México reestruturando suas ofertas de E&P, e estamos falando de ativos com custo de produção na casa de US$ 20 por barril no Golfo do México. Isso comprova o motivo pelo qual as grandes empresas do setor de óleo e gás têm agido de forma bastante cuidadosa e reticente quanto ao futuro.
A SANDECH, porém, está aproveitando o momento do mercado para se desenvolver e investir na expansão do nosso escritório, em softwares de engenharia, em qualidade e no nosso ativo mais valioso: nossa equipe. O nosso objetivo é estarmos ainda mais preparados para as novas oportunidades que surgirão quando o mercado voltar a se fortalecer. Austeridade é nossa palavra de ordem, e saber onde devemos alocar nossos recursos em um momento delicado como este faz toda a diferença para o futuro da empresa.
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