OS NOVOS ARES PARA 2016 PASSARÃO NECESSARIAMENTE POR MUDANÇAS CULTURAIS DO GOVERNO BRASILEIRO | Petronotícias




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OS NOVOS ARES PARA 2016 PASSARÃO NECESSARIAMENTE POR MUDANÇAS CULTURAIS DO GOVERNO BRASILEIRO

camargoO Petronotícias está encerrando nesta edição o Projeto Perspectivas 2016, agradecendo a todos os nossos leitores e aos empresários que participaram opinando, dando as suas contribuições para que possamos ter um ano melhor do que foi 2015. O que conseguimos depreender de todas essas contribuições foi que 2016 ainda será um ano magro, mal humorado, para o setor de petróleo. Mas poderá ser mais encorpado e mais alegre no setor de energia, se o governo  tiver condições de trabalhar, seja ou não com a Presidente Dilma, e tomar as decisões corretas de preparar o país energeticamente para o futuro, com a construção de novos parques de geração e linhas de transmissão. Seja no setor eólico ou solar, mas principalmente na geração nuclear de energia, abrindo espaço para o setor privado investir nas 12 novas usinas até 2050 e, com isso, gerar milhares de novos empregos, integrando uma cadeia de fornecimento de equipamentos que pode ser a locomotiva da América Latina neste segmento. Basta querer fazer.

A crise  exige ações imediatas para abreviá-la. A ampliação da compreensão, do entendimento dos investidores, dos fornecedores, pressupõe que haja uma liderança forte, competente, com credibilidade. Capacidade de decisão e ações coordenadas. Não há mais espaço para profissionais que só se sujeitam às ordens do planalto em detrimento da nossa principal empresa, como parece acontecer agora. O país não pode viver com desperdício de ver obras quase prontas como o Comperj e a Unidade de Produção de Fertilizantes jogadas ao tempo, se perdendo, enferrujando. É um bom sinal a Petrobrás se movimentar para concluir pelo menos algumas poucas unidades do Comperj e admitir parcerias internacionais, como o Petronotícias sugeriu em reportagem em 14 de julho de 2015.

Por isso, nós escolhemos brindar os nossos leitores nesta edição final do Perspectivas 2016 com as opiniões especiais, abalizadas, como as do atual presidente do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), Jorge Camargo, um profissional muito respeitado no mercado por seu talento e capacidade de produção e conciliação. Um homem que tem muito a contribuir com o setor de petróleo e gás, que merece ser mirado como exemplo pela Petrobrás que, neste momento, parece ser uma Ferrari de Fórmula 1 com pneus de pista seca, sendo pilotada num dia de chuva intensa por um  piloto com o mesmo talento do japonês Satoro Nakagima, num circuito de alta velocidade. Camargo, ao contrário de Aldemir Bendine, conhece bem o que faz. Não foi colocado de rompante num mercado que exige experiência e que não perdoa novatos. Camargo foi forjado em petróleo. Viveu e vive neste mercado. Pode ser uma alternativa até para a presidência da própria Petrobrás em caso de um impedimento da presidente Dilma. É um profissional extremamente preparado e goza de grande credibilidade. Uma participação dele no Conselho de Administração da estatal não pode ser descartada.

Também convidamos o diretor comercial da FMC Technologies, José Mauro Ferreira, importante parceiro internacional da indústria mundial do petróleo, o executivo José Almeida, Diretor da Frisgstad, da Noruega, empresa especialista na exploração e produção de petróleo, e Danilo de Luca, diretor da promissora Barra Energia.

Vamos saber agora como o Presidente do IBP, Jorge Camargo, está vendo esse  momento delicado que a indústria petrolífera está passando:

– Como analisa os acontecimentos em seu setor neste ano?

“Vivemos em 2015 uma profunda transformação do cenário energético mundial e doméstico. O fim do último superciclo das commodities, provocando o colapso do preço do petróleo; as conclusões e caminhos propostos pela COP 21 rumo a uma transição para a redução dos níveis de CO2 no planeta foram eventos de grande impacto no setor petróleo. Internamente, a crise brasileira, econômica, política e ética, também teve efeitos profundos no setor petróleo doméstico. A simultaneidade e impacto dessas transformações, externas e internas – que muitos chamaram de “tempestade perfeita”- trarão, certamente, profundas mudanças no cenário energético mundial e doméstico.”

– Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa?

“Na minha visão, dentro desse novo cenário, a agenda IBP se torna ainda mais atual, necessária e urgente. Para atrairmos os investimentos que o potencial exploratório brasileiro comporta e merece, precisamos apenas de aperfeiçoamentos regulatórios – multiplicidade de operadores no pré-sal; política de conteúdo local focada na competitividade, simplificada e que estimule investimentos; regularidade de leilões; estabilidade fiscal e regulatória; melhor planejamento e previsibilidade no licenciamento ambiental.”

– Quais as perspectivas para 2016? Pessimistas ou otimistas?

“Diante da extraordinária história de sucesso e superação de desafios da nossa indústria, do brilhante potencial geológico brasileiro e da notável capacidade tecnológica já desenvolvida no Brasil, não há como não sermos otimistas quanto ao futuro da indústria brasileira de petróleo, gás e biocombustíveis.”

fmcVeja agora as opiniões de José Mauro Ferreira, diretor comercial da FMC Technologies e diretor da ABESPETRO:

– Como analisa os acontecimentos em seu setor neste ano?

“ A indústria de petróleo vive de encomendas, que geram emprego e tecnologia, mas acontece que hoje o segmento subsea conta apenas com projetos da Petrobrás. Há outros como o da Queiroz Galvão, no campo de Atlanta, mas praticamente todo o desenvolvimento de campos está sendo feito pela estatal, e ela está tendo que reduzir investimentos, sem perspectiva de novas demandas. Não tivemos encomendas este ano e não devemos ter no próximo. A indústria está sofrendo por ter só um cliente. A solução para isso seria identificar e motivar outros operadores a desenvolverem campos offshore, porque todas as empresas brasileiras estão reduzindo seus quadros. Isso acontece no mundo inteiro, mas aqui está mais crítico porque a indústria toda depende apenas de uma empresa.”

– Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa?

“ A solução, como o IBP vem apontando, é criar um ambiente mais motivador para que outros operadores comecem a investir no país. Hoje não temos isso. Fazendo um levantamento, podemos ver que não há outros projetos offshore acontecendo, e é nesse setor que acontecem os grandes investimentos. Não temos outros operadores com projetos paralelos para ao menos diminuir o impacto sofrido pela indústria. O que esperamos é que haja uma mudança rápida para motivar o investimento estrangeiro aqui. Uma medida que incentivaria isso é a de crédito de conteúdo local, que com certeza criaria oportunidades para preencher ou solucionar uma parte do vazio que estamos enfrentando com a redução dos investimentos.”

– Quais as perspectivas para 2016? Pessimistas ou otimistas?

“ Pessimistas, sem encomendas. Nós estamos vendo a situação crítica pela qual a Petrobrás está passando, tendo que replanejar seus projetos e reduzir ao máximo os investimentos. Isso não vai voltar ao nível em que estava antes. Os projetos de hoje têm encomendas que já foram feitas, não são novas. O país precisa buscar novas fontes de investimento em outras operadoras. A curto prazo, o que talvez possa ter um efeito mais rápido é o mecanismo de crédito de conteúdo local, que pode vir como motivação para essas empresas buscarem equipamentos no Brasil. A médio prazo, elas começariam a desenvolver seus campos aqui para usar esses créditos. Além disso, é importante motivar o uso de 1% dos investimentos em P&D na indústria, privilegiando as empresas que investiram e geraram capacidade no país.”

jose almeiaJosé Almeida, Diretor da Frisgstad, também participa deste projeto com as suas opiniões:

– Como analisa os acontecimentos em seu setor neste ano?

“ O Setor de perfuração foi simplesmente desastroso devido aos baixos preços do petroleo e no caso do Brasil devido a redução das atividades da Petrobras por causa do seu endividamento e por causa dos fatos políticos – Lava Jato Junto tudo isso teve também o efeito Sete Brasil que ainda não sabemos qual vai ser o resultado final. Temos a impressão que vai ser a pior possível. Temos tido dificuldade na comercialização de nossas unidades em construção, mas temos participado de algumas concorrências para aguas ultra profundas.”

– Quais seriam as soluções para os problemas que o país atravessa?

“  Falta muita credibilidade a quem esta hoje governando, dai uma renuncia coletiva poderia ser uma alternativa. Acredito que o ajuste fiscal se vier acompanhado de um conjunto de mudanças nas nossas leis, principalmente a trabalhista acompanhado de uma politica voltada para redução do estado é única saída para voltarmos a crescer mais rápido. Sem isso vamos ficar patinando por muitos anos sem investimentos. A recuperação dos preços das comodities também pode ajudar na recuperação da economia.”

– Quais as perspectivas para 2016? Pessimistas ou otimistas?

“ Ainda bastante pessimistas se não fizermos bem o dever de casa citado no item acima. A recuperação da Petrobrás poderia ajudar nessa recuperação e a conclusão dos processos da Lava jato.”

DaniloVeja agora as opiniões do diretor da Barra Energia, Danilo de Luca:

– Como analisa os acontecimentos em seu setor neste ano ?

“ As crises política e fiscal, aliadas aos efeitos do preço internacional do petróleo, das consequências da operação Lava-jato e das incertezas das questões regulatórias do setor de E&P afetaram seriamente o ambiente de negócios como um todo, mas para a Barra Energia foi um ano muito produtivo em razão dos excelentes resultados e avanços nos dois blocos em que ela participa.”

 – Quais seriam as soluções para os problemas que o país está atravessando ?

“ Previsibilidade e regularidade para os leilões; permitir ampliar os operadores na área do pré-sal; simplificar e refletir a realidade do mercado na questão de conteúdo local; aperfeiçoar o processo das licenças ambientais; e criar estabilidade e previsibilidade para os regimes regulatório e fiscal.”

 – Quais as perspectivas para 2016 ? Pessimistas ou otimistas ?

“ Apesar de sabermos que o próximo ano continuará sendo de muitos desafios e ainda com reflexos da crise atual, somos otimistas que o cenário como um todo irá melhorar, principalmente porque percebemos que o Governo está dando sinais de rever essas questões acima que são muito críticas para o desenvolvimento da indústria. A Barra Energia continua firme em seu propósito de investir no país e na continuidade do desenvolvimento do seu portfólio.”

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Mandacaru

Tai uma boa sugestão para o conselho da Petrobras, profissionais com nome e conhecimento do setor… Particularmente, não comparados à uma Ferrari, mesmo por quê, temos uma malha rodoviária cheia de buracos em toda parte do Brasil, onde os pesados pedágios não foram implantados. Tentaria buscar um paralelo,com a Noruega,sua produção, sua dimensão e o destino dos Royalties. Após a farra da distribuição, nossos governos só se preocuparam contratacao de TRios Elétricos,samba e Aché ,hoje dançamos nós, a farra do barril a 160 dólares,virou 35 e não consegue mais pagar os investimentos necessários e muito menos contratar um pagodeiro erguer.… Read more »