INÍCIO DE OPERAÇÃO DE ANGRA 3 É ADIADO PARA 2020

Um novo relatório de fiscalização emitido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) adiou, novamente, a entrada em operação da usina nuclear de Angra 3. Desta vez ficou para julho de 2020, um ano e meio além da previsão de janeiro de 2019, que consta no Plano Decenal de Energia (PDE).

O empreendimento teve suas obras paralisadas ainda na década de 80 e retomadas em 2007 pelo governo federal. De lá para cá, muita água já correu debaixo dessa ponte e, em outubro, o consórcio Angramon, responsável pela montagem da usina, desistiu do projeto. Das sete empresas que compõem o grupo, apenas a Empresa Brasileira de Engenharia (EBE) se mostrou disposta a manter o contrato com a Eletronuclear.

A possibilidade de manutenção do contrato é remota, com a própria estatal já dando como certa o encerramento do compromisso. O consórcio entrou com uma ação na Justiça para encerrar o acordo, já que não conseguiu uma rescisão amigável junto à Eletronuclear.

Os problemas começaram quando a estatal nuclear deixou de fazer o pagamento das parcelas do contrato de montagem, o que originou a desistência das empresas que participam do consórcio: Odebrecht, Techint, Camargo Corrêa, UTC, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez, que também é responsável pelas obras civil. Assim que assumiu a presidência da empresa, Pedro Figueiredo, decidiu suspender temporariamente o trabalho da construção civil da usina, o que resultou em milhares de demissões de trabalhadores. A Andrade Gutierrez também na estava recebendo as parcelas de pagamentos por seu contrato de trabalho, desgastando bastante a relação com a empresa estatal.

A contratação de novas empresas para as obras de Angra 3 terá outra pedra no caminho: os atestados. Para se sagrar vencedor em uma licitação deste tipo, é preciso apresentar documentos comprovando a capacidade de desenvolver empreendimentos nucleares, no entanto, as empresas participantes do consórcio Angramon são as únicas a possuir tais atestados.