SETE BRASIL CONSIDERA INVIÁVEL PROPOSTA DA PETROBRÁS PARA REDUZIR ACORDO A DEZ SONDAS
publicada em 26 de fevereiro de 2016 às 10:57 
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A situação da Sete Brasil é cada vez mais crítica, mas as negociações com a Petrobrás seguem distantes de um acordo. Após retomar as conversas nesta semana, a estatal apresentou a proposta de reduzir sua encomenda de sondas do pré-sal para apenas 10 unidades, que seriam alugadas por um período inicial de cinco anos. Além de cortar mais da metade do pacote original de 28 sondas, o modelo estipula menores taxas de afretamento, o que reduziria ainda mais o valor movimentado com os investimentos. Diante da redução drástica, a diretoria da Sete considerou a proposta inviável.
Sem perspectiva de resolução, a empresa busca reestruturar suas finanças e avalia nesta sexta-feira (26) um possível pedido de recuperação judicial, em reunião com acionistas. Desde o início do mês, a companhia vem avaliando estratégias de reestruturação junto à consultoria contratada Alvarez & Marsal. A avaliação seria feita em assembleia na última semana, mas foi postergada após a Petrobrás retomar o contato para as negociações, que estavam paradas desde outubro.
Com a nova etapa, a estatal propôs reduzir a duração do contrato de quinze para cinco anos, renováveis por mas cinco. As taxas de afretamento das dez sondas, por sua vez, seria negociadas no patamar praticado no mercado asiático, caindo de aproxidamente US$ 390 mil para valores inferiores a US$ 300 mil diários. Na prática, os contratos firmados junto à Sete seriam reduzidos de US$ 60 bilhões em quinze anos para cerca de US$ 5,5 bilhões ao longo de cinco anos.
Apesar do desacordo, a tendência é de que as negociações avancem ao longo das próximas semanas, com a pressão crescente sobre a situação da empresa, liderada pelo presidente Luiz Eduardo Carneiro (foto). Desde o início do mês, a companhia vem avaliando estratégias junto à consultoria Alvarez & Marsal para reestruturar seu endividamento total de US$ 17 bilhões. Com a corda no pescoço, a diretoria conseguiu nesta semana prorrograr até maio o prazo para quitação da dívida com bancos credores.
Agravado desde o final de 2014, o imbróglio no acordo das sondas repercute também fora do Brasil. Nesta semana, o fundo norte-americano de investimento EIG abriu um processo contra a Petrobrás em que responsabiliza a companhia pela perda de US$ 221 milhões que investiu na Sete Brasil. A ação afirma que a estatal afundou o projeto devido aos esquemas de corrupção revelados com a Operação Lava-Jato.
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