SETE BRASIL GERA PERDAS DE R$ 14 BILHÕES A BANCOS E FUNDOS DE INVESTIMENTOS

Após o furacão, medem-se os prejuízos. No caso da Sete Brasil, não são poucos: as perdas estimadas com a empresa por bancos, fundos de investimentos e fundações chegam hoje à marca de R$ 14 bilhões, valor calculado após a divulgação dos balanços do primeiro trimestre deste ano. A companhia, que hoje avança em seu plano de recuperação judicial, busca novo acordo com a Petrobrás para sanar as largas dívidas com credores. Caso nada seja recuperado, o impacto negativo no sistema de financiamento deverá ser de R$ 22 bilhões.

O cenário é delicado, e a movimentação de projetos junto à estatal pode evitar prejuízos ainda maiores nos próximos meses. Com uma dívida total estimada em R$ 18,5 bilhões, a Sete negocia hoje a concretização do projeto de 28 sondas, que segue sem acordo há mais de um ano. A Petrobrás busca reduzir o escopo do projeto e as taxas diárias de afretamento, com objetivo de evitar um investimento direto de US$ 26,4 bilhões nas unidades.

Ainda sem consenso entre as partes, aumenta a cada dia o prejuízo da Sete, que hoje soma perdas em um valor superior à metade dos R$ 27 bilhões que recebeu em financiamentos com bancos e demais credores. Atualmente, a empresa, liderada pelo presidente Luiz Eduardo Carneiro (foto), vem sendo favorecida por uma extensão do prazo de suas dívidas, que venceram em maio do ano passado. Os compromissos são referentes a empréstimos com Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Santander, Caixa Econômica Federal, FI-FGTS e Standard Chartered.

Além disso, a companhia deve enfrentar agora uma ação movida pela SembCorp Marine. A empresa, contratada para construir sete plataformas, anunciou na última semana que deu início a procedimentos para processar a Sete devido à paralisação dos projetos e à recuperação judicial. Em nota, o grupo afirma que não realizará quaisquer trabalhos sem que volte a receber pagamentos.