CPFL ESTUDA COMPRA DE NOVOS ATIVOS PARA EXPANDIR SUA ATUAÇÃO NOS SETORES DE GERAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO
Por Davi de Souza (davi@petronoticias.com.br) –
Com o foco no crescimento em geração e distribuição, a CPFL está mirando a compra de novos ativos para aumentar sua presença nestes mercados. O interesse está voltado para duas vertentes: a empresa observa companhias privadas que manifestaram desejo de se desfazer de ativos, ao mesmo tempo em que olha para possíveis privatizações. A CPFL tem ainda aspirações de desenvolver novos projetos de geração, especialmente focados na energia eólica e biomassa. Paralelamente, a companhia começa a apostar também na geração distribuída. “A CPFL acredita que a geração distribuída vai crescer no Brasil nos próximos anos e, por isso, criamos uma empresa dentro do grupo voltada para este setor. Estamos buscando oportunidades na prestação de serviços“, comentou o presidente da CPFL Geração, Fernando Mano. Sobre a compra de uma fatia da empresa por parte da chinesa State Grid, o executivo afirma que a transação poderá trazer novas opções de crescimento em geração.
Quais são os principais projetos em andamento?
A empresa está atuando grandes vertentes como eficiência operacional e aumento de disponibilidade de geração. Estamos avaliando compras de ativos de geração, como grandes hidrelétricas e usinas térmicas; além do desenvolvimento de novos projetos de geração, como eólica, biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCH).
Quais ativos a empresa está com interesse de comprar?
Nós temos empresas privadas com interesse em se desfazer de participações de ativos no Brasil. Além disso, percebemos também o interesse de estatais em privatizar ativos. A CPFL está estudando essas oportunidades em distribuição e geração. Aliás, em distribuição, a CPFL tem um DNA muito forte, por isso temos olhado para ativos neste segmento. Neste setor, em específico, o foco está nas privatizações.
A empresa pretende expandir sua capacidade de geração em alguma fonte específica?
Na realidade, a CPFL está olhando para todas as oportunidades. Do total da nossa capacidade, 94% é de fonte renovável, o nosso forte. É uma tendência muito grande de foco na renováveis, mas temos olhado projetos em térmicas. A nossa previsão é de que, até 2020, tenhamos 2,1 GW só na parte de renováveis.
Quais as perspectivas para o setor de geração para os próximos anos?
Estamos passando por um momento de crise econômica que reduziu a demanda por energia. Apesar disso, a geração vai precisar crescer para os próximos anos. Temos perspectivas de projetos estruturantes nos próximos anos, com investimentos especialmente nas renováveis. Mas também entendemos que fontes térmicas e hidrelétricas serão importantes na segurança energética do País. O governo vem fazendo um trabalho cuidadoso com a questão da energia. Hoje nós estamos com sobra de energia no Brasil, mas a expectativa é de que o consumo volte a crescer, e o investimento na geração do País volte a ter estabilidade.
Estão previstas mudanças na unidade de negócios de geração da CPFL a partir da entrada da State Grid na companhia?
Não temos sinalização. É um processo que vem caminhando. A State Grid é forte no mundo inteiro. Entendemos que pode ser uma boa oportunidade ter um sócio muito grande, que possa trazer inovações tecnológicas e capital. É uma companhia fortíssima. Com a vinda deles, a gente pode alinhar as estratégias e ter opções de crescimento em geração. Mas essa transação ainda depende de aprovação de órgãos como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE).
Quanto a empresa planeja investir nos próximos anos?
Entre este ano e 2020, pretendemos fazer investimentos na casa dos R$ 9,6 bilhões, sem levar em conta os custos com a aquisição da AES Sul.
Como se dá a atuação da companhia no setor de geração distribuída?
A CPFL acredita que a geração distribuída vai crescer no Brasil nos próximos anos e, por isso, criamos uma empresa dentro do grupo voltada para este setor. Estamos buscando oportunidades na prestação de serviços. Com as novas resoluções da Aneel, podemos implantar geração distribuída em residências ou em indústrias. Começamos também um projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) para a instalação de placas solares em 200 casas no bairro Barão Geraldo, em Campinas (SP), para avaliar o impacto da microgeração em redes elétricas de baixa tensão.
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