TCU APONTA SUPERFATURAMENTO DE R$ 3,2 BILHÕES NA CONSTRUÇÃO DE BELO MONTE
As revelações da Lava Jato estão desvendando um emaranhado de questões no setor elétrico e agora a mira está voltada para a hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Um parecer do Tribunal de Contas da União (TCU), entregue há um mês para o ministro relator José Múcio (foto), apontou uma série de superfaturamentos nas obras da usina, somando R$ 3,2 bilhões desde 2011, quando o contrato do empreendimento foi assinado.
A soma é quase 10% do orçamento total da hidrelétrica, avaliada em R$ 33 bilhões, mas está baseado no contrato inicial assinado com as empreiteiras, sob o valor de R$ 13,8 bilhões, sendo que as obras foram lideradas pela Andrade Gutierrez e incluíram no consórcio uma série de outras empresas envolvidas em acusações na Lava Jato, como Odebrecht, Camargo Corrêa, Galvão Engenharia, OAS e Queiroz Galvão, entre outras.
O parecer indicou irregularidades em 14 itens do contrato, com sobrepreços de centenas de milhões em algumas rubricas, como na de concreto estrutural, em que o superfaturamento apontado pelos técnicos do tribunal teria sido de R$ 511 milhões.
O caso será analisado no plenário do TCU na quarta-feira (9), com a previsão de haver depoimentos de uma série de pessoas envolvidas no processo de contratação e construção da usina, como Adhemar Palocci, irmão do ex-ministro Antonio Palocci que atuou na Eletronorte, e Valter Cardeal, que era considerado o homem forte da ex-presidente Dilma Rousseff na Eletrobrás.
Deixe seu comentário