TECHINT PREVÊ CONCLUIR IÇAMENTO DE MÓDULOS DA P-76 NO FIM DO MÊS, QUANDO PARTIRÁ PARA A SEGUNDA FASE DA INTEGRAÇÃO

Por Daniel Fraiha (daniel@petronoticias.com.br) – 

Luis Guilherme Sá, diretor comercial da TechintA Techint fez grandes investimentos no Brasil nos últimos anos, influenciada pelas prospecções do pré-sal e pela política de conteúdo local, com a criação de uma extensa unidade offshore no Pontal do Paraná, e agora vem buscando novos negócios no País para ocupar as instalações nos próximos anos. Até lá, os esforços do grupo estão focados nos trabalhos relativos à P-76, que está em fase de integração na base da empresa. O diretor comercial da Techint, Luis Guilherme de Sá, conta que a etapa de içamento dos módulos deve ser concluída no final deste mês, dando início à segunda fase da integração, quando serão feitas as interligações, conexões, soldas etc. A conclusão do processo está prevista para o segundo semestre de 2017.

Em paralelo, o executivo afirma que estão negociando ativamente com as empresas que concorrem às licitações dos FPSOs de Libra e Sépia, reforçando que a Techint tem conseguido atender aos critérios de conteúdo local com competitividade. “O nosso projeto é a prova de que você tem condição de trabalhar seriamente, com produtividade, e oferecer um conteúdo local competitivo no Brasil”, diz.

Como está o processo de integração da P-76?

A P-76 está iniciando a fase de integração dos módulos. É um contrato de EPC da Techint, em que a gente estava responsável pela execução de 20 módulos. Fizemos 15 módulos, os mais complexos, na nossa unidade offshore no Pontal do Paraná. Então esse momento da integração consagra o trabalho que a gente vem fazendo.

E os outros cinco?

Trouxemos três módulos da Turquia e um da Siemens. O outro, de remoção de CO2, foi fornecido pela Petrobrás. Os mais complexos nós fizemos na nossa unidade do pontal do Paraná.

Em que fase está o processo integração do FPSO por lá?

Começou agora em setembro a primeira fase. Ficamos responsáveis pelo EPC, com a engenharia, os suprimentos e a construção dos módulos. Após essa fase, ficamos também com a integração. Pegando cada módulo, instalando no topside do navio e fazendo as interligações. Hoje estamos na etapa de içamento.

Essa fase vai até quanto?

Nossa previsão é concluir essa etapa até o final de novembro. Depois temos mais um ano de trabalho para fazer a integração efetivamente. Porque após o posicionamento precisamos fazer todas as conexões, a montagem, o cabeamento, as soldas, o alinhamento do pipe rack etc, para colocar os módulos efetivamente em funcionamento. No segundo semestre de 2017, então, concluiremos o trabalho de integração.

O que esse projeto representa para a Techint?

Esse trabalho é um marco, porque com ele a Techint está provando que tem condição de fazer conteúdo local competitivo, oferecer previsibilidade e confiabilidade na execução do nosso trabalho para o mercado. Com isso, fazemos um contraponto ao mito de que não é possível fornecer conteúdo local confiável no Brasil. O nosso projeto é a prova de que você tem condição de trabalhar seriamente, com produtividade, e oferecer um conteúdo local competitivo no Brasil.

Como estão vendo esse processo de revisão da política de conteúdo local?

A gente fica muito preocupado. Precisamos ver como vai ser essa flexibilização. A gente espera que tenham ajustes para valorizar exatamente quem está trabalhando de forma séria no País. Agora, a política tem necessidade de ajustes mesmo, porque tem exigências de coisas que o Brasil não tem condição de fazer. Isso até desmoraliza a política de conteúdo local, como querer fazer conversão de casco no Brasil. Está mais que comprovado que isso vale mais a pena fazer lá fora, mas, para construir módulos e fazer a integração, temos plena condição de fazer e executar no Brasil. E é um trabalho intensivo em mão de obra, com condição de criar muitos empregos no País. Hoje estamos com 2.500 pessoas trabalhando no projeto, por exemplo.

Como está o planejamento pós-P-76?

O mercado é dinâmico. Estamos acompanhando o plano de investimentos da Petrobrás, buscando nos posicionar junto aos afretadores que vão executar as novas unidades de FPSO. Então temos tido contato com eles no sentido de oferecer a nossa unidade offshore como uma opção de solução competitiva de conteúdo local para a construção de módulos e integração no Brasil.

Fecharam alguma parceria com os afretadores que concorrem para Libra e Sépia?

Estamos em conversas avançadas com as empresas afretadoras. Gostaríamos de já ter um casamento com eles, mas quem define a política de contratação são eles, que estão num processo de identificação de parceiros, e nós estamos nos posicionando como sendo uma solução confiável para eles.

Qual a expectativa atualmente?

É tentar nos posicionar para Libra ou para Sépia com um dos afretadores e ganhar essas concorrências.

E como veem o processo de fim da operação única no pré-sal para novos leilões?

Acho que isso é muito positivo, porque a Petrobrás tem uma limitação de investimento e a abertura para novos operadores deixa o mercado de óleo e gás mais dinâmico, com outros players investindo no desenvolvimento da produção do Brasil, em paralelo à Petrobrás, que continuará sendo um grande player importante. Mas, nesse novo momento, os operadores vão criar uma dinâmica interessante no mercado, oferecendo alternativas e trazendo novas oportunidades de investimentos para o setor.

Mas não podemos nos iludir. Essas novas rodadas vão gerar negócios para a cadeia produtiva daqui a uns oito anos. Primeiro vai ativar os trabalhos de prospecção, levantamento sísmico, depois perfuração, e, após a confirmação das descobertas, daqui a uns oito anos é que se terá um projeto de FPSO. Então o curto prazo vai ser alimentado em termos de demanda de unidades offshore pelos campos já licitados, como Libra, Cessão Onerosa, extensão da Cessão Onerosa… é aí que temos uma expectativa, porque são campos onde o óleo já está descoberto.

A Petrobrás sinalizou de ter uns 8 FPSOs nos próximos cinco anos, e se mantiver essa projeção será muito positivo para o mercado. E esperamos conquistar novos trabalhos nesse horizonte. Porque hoje a Techint é um das três únicas unidades offshore plenamente capacitadas para fazerem módulos e integração de FPSOs no mesmo local que está operando e performando no Brasil. 

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