A AVIAÇÃO COMERCIAL BRASILEIRA PODERÁ USAR O QUEROSENE JET-A NOS GRANDES JATOS
O Brasil vai passar a usar querosene de aviação JET-A, já comercializado no mercado internacional. O objetivo é baixar custos. O combustível é o grande calcanhar de Aquiles da aviação comercial. O JET-A poderá passar a ser importado ou mesmo produzido nas refinarias do país. O querosene de aviação (QAV) é usado preferencialmente em aeronaves de grande porte, enquanto a gasolina de aviação (GAV) é utilizada nas de pequeno porte. A diretoria da ANP vai realizar uma consulta e uma audiência públicas sobre a revisão das especificações e das regras de controle de qualidade dos querosenes de aviação fóssil, alternativos e suas misturas. O objetivo é aumentar a oferta do querosene de aviação, gerando possíveis reduções de preços e custos das companhias aéreas. A estimativa do mercado é de que ocorra uma redução de cerca de 0,3 a 0,6 centavos de dólar por galão, podendo haver redução ainda maior, uma vez que, com o JET-A, haverá maior competição, dado o maior número de fornecedores externos do produto.
O Diretor-Geral da ANP, Rodolfo Saboia, disse que a nova resolução pode resultar em menores preços das passagens aéreas ao consumidor. “Destaco a contribuição que essa proposta dá para o aumento da oferta de combustíveis de aviação e para o fomento da competição do setor, o que deve levar a um alinhamento maior dos preços do Brasil aos internacionais, resultando em melhores preços ao consumidor.” A única diferença entre o JET-A1 e o JTE-A é o ponto de congelamento: o JET-A1 possui limite máximo especificado em – 47 °C, enquanto o JET-A possui limite em – 40 °C, ou seja, menos restritivo. O ponto de congelamento é a menor temperatura em que o combustível está livre de cristais de hidrocarbonetos que, se presentes, podem reduzir o fluxo do combustível no sistema de abastecimento da aeronave .
A viabilidade técnica para a alteração regulatória foi avaliada em estudo conduzido pela ANP, com participação de outros órgãos públicos, empresas e associações do setor, além da ASTM International, que desenvolve as especificações internacionais de combustíveis de aviação. O estudo teve ênfase na segurança operacional, mas sem desconsiderar questões de infraestrutura logística e aspectos econômicos. Serão introduzidos ainda dois novos querosenes de aviação alternativos, aprovados em 2020 pela ASTM International, para possibilidade de uso como misturas com JET-A ou JET-A1. A mudança visa alinhar a especificação nacional à internacional.
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