A FRANCESA TOTALENERGIES É MAIS UMA GIGANTE DO PETRÓLEO A DEIXAR SEUS NEGÓCIOS NA RÚSSIA
A francesa do petróleo TotalEnergies cedeu as pressões de governos aliados e decidiu também suspender as atividades de petróleo e gás na Rússia e optou por parar de fornecer capital para o projeto Arctic LNG 2. Mas a suspensão será gradativa, embora não se fale em que ritmo isso acontecerá. As últimas decisões se baseiam na mesma bandeira contra a invasão da Ucrânia pela Rússia e que seguem o movimento anterior da empresa de parar de fornecer capital para novos projetos na Rússia. Em um comunicado, a empresa diz que “a agressão militar da Rússia contra a Ucrânia tem consequências trágicas para a população ucraniana e ameaça a paz na Europa”. A empresa disse também que suspenderá gradualmente suas atividades na Rússia, garantindo a segurança de sua força de trabalho e não fornecerá mais capital para o desenvolvimento de projetos na Rússia, em especial no Ártico.
A empresa decidiu deixar de registrar reservas provadas para o projeto Arctic GNL 2 e não fornecerá mais capital para este empreendimento, dada a incerteza criada pelas sanções tecnológicas e financeiras sobre a capacidade de realizar o projeto – que atualmente está em construção e com um provável aperto e sem recursos financeiros com o agravamento do conflito. O Arctic GNL 2 é liderado pelo maior produtor independente de gás russo, Novatek, que esperava poder enviar suas primeiras remessas de GNL da Península de Gydan, na Sibéria Ocidental, para os mercados globais em 2023. De acordo com a Novatek, os investimentos de capital para lançar o projeto com capacidade total de quase 20 milhões de toneladas de GNL por ano são estimados em US$ 21,3 bilhões.
A TotalEnergies, liderada pelo presidente-executivo Patrick Pouyanne (foto), não transferirá qualquer valor para os interesses russos, retirando-se de ativos: “Abandonar esses interesses sem consideração enriqueceria os investidores russos, em contradição com o propósito das sanções”. De acordo com as decisões da União Europeia de manter nesta fase o abastecimento de gás russo, a TotalEnergies continua a fornecer à Europa GNL da fábrica de Yamal GNL, no âmbito de contratos de longo prazo que deve honrar enquanto os governos europeus considerarem que o gás russo é necessário: “Ao contrário do petróleo, é evidente que as capacidades logísticas de gás da Europa dificultam a abstenção de importação de gás russo nos próximos dois a três anos sem afetar o fornecimento de energia do continente”, diz o comunicado da empresa francesa.
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