A GAZPRON RESTABELECE FLUXOS DE GÁS PARA A CHINA, MAS ENFRENTA MEDIDAS ANTITRUSTE NA ALEMANHA
A gigante estatal russa de gás Gazprom retomou os fluxos de gás natural para a China através de seu gasoduto Sila Sibiri (Poder da Sibéria), que havia sido interrompido na semana passada, aliviando as preocupações em meio a amplas sanções internacionais contra a Rússia. A Gazprom disse através de um comunicado que um programa de manutenção planejado foi concluído dentro do cronograma, com a rede de gás retomando as operações na terça-feira(5). Espera-se que, após a parada de manutenção, ainda demore alguns dias para que as entregas via Sila Sibiri atinjam o nível diário contratado. A linha transportou cerca de 40 milhões de metros cúbicos por dia de gás para clientes chineses em março, de acordo com a consultoria de gás chinesa GasTank. Tem havido algumas preocupações com a construção e o comissionamento das obras ainda incompletas restantes da instalação de Amur, na Sibéria, possam ser prejudicados se as sanções puderem interromper o fornecimento de equipamentos e tecnologia de processamento de alta tecnologia para a Rússia. A instalação de processamento de Amur visa remover Hélio e outros hidrocarbonetos fora das especificações da mistura de gás que chegará de ambos os campos antes de ser enviado para a China. De acordo com relatórios locais, as autoridades regionais de Amur reconheceram a possibilidade de “dificuldades temporárias” na usina e outros projetos de infraestrutura relacionados devido a sanções, e disseram que não insistirão nos prazos de comissionamento acordados.
A Gazprom e o governo russo disseram que consideram a China um mercado prioritário para o gás russo depois que as autoridades europeias resistiram aos esforços para aumentar o controle da Gazprom sobre as redes de distribuição de gás e instalações de armazenamento no continente. As relações entre a Gazprom e os europeus se deterioraram no ano passado, quando a gigante russa foi criticada por se recusar a aumentar as entregas de gás acima dos níveis mínimos contratados, contribuindo para a escassez de gás e o salto sem precedentes nos preços da energia que se seguiram. Embora a Gazprom e o governo russo tenham negado as acusações, funcionários antitruste da Comissão Europeia invadiram os escritórios de duas subsidiárias da empresa na Alemanha, Gazprom Germania e Wingas. A operação teria sido vinculada a uma investigação da CE sobre a suposta manipulação de mercado da Gazprom no mercado de gás europeu em 2021.
Relatórios anteriores disseram que a Gazprom não reabasteceu as instalações de armazenamento de gás sob seu controle na Alemanha e na Áustria no ano passado. Após as incursões, a Gazprom anunciou que havia cedido o controle total da Gazprom Germania e suas afiliadas relacionadas na Europa para uma sociedade de responsabilidade limitada russa desconhecida, a Palmary. As autoridades alemãs reagiram, alegando que não concordaram com a decisão da Gazprom. Esta semana, a Alemanha submeteu a Gazprom Germania à administração de um fundo especial e decidiu que todos os direitos de voto na empresa estarão nas mãos do regulador do país, Bundesnetzagentur, até 30 de setembro de 2022.
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