A REFINARIA DA PHILLIPS EM LOUISIANA AINDA ESTÁ DEBAIXO DAS ÁGUAS QUE O FURACÃO IDA LEVOU PARA O ESTADO
Orlando – Por Fabiana Rocha – O número de derramamentos de petróleo e produtos químicos ligados ao furacão Ida explodiu esta semana, crescendo de 350 locais, no início da semana, para mais de 2.000 até esta quinta-feira (9), de acordo com a Guarda Costeira norte-americana. Embora menos da metade dos derramamentos relatados ao Centro de Resposta Nacional tenham sido investigados, o número de incidentes eventualmente confirmados parece superar os quase 550 relatos sobre vazamento de óleo, após o furacão Katrina, em 2005, que provocou uma tragédia sem precedentes no sul dos Estados Unidos.
Que está frente deste trabalho é diretor da Organização conservacionista Sierra Club, Darryl Malek-Wiley (foto à direita). Ele disse que “dois mil vazamentos de óleo é uma quantidade incrivelmente triste, o que demonstra que a infraestrutura de petróleo e gás do país não está preparada para furacões”. E a realidade confirma que ele tem razão. O furacão IDA explodiu em uma região repleta de oleodutos e poços, refinarias e outras infraestruturas industriais, grande parte no Golfo do México ou perto dele. A Guarda Costeira montou uma equipe de resposta aos problemas causados pela poluição em Baton Rouge depois que autoridades americanas de Louisiana foram inundadas com relatos de derramamentos de óleo causados pelos fortíssimos ventos. O pessoal da Guarda Costeira está verificando os derramamentos relatados usando barcos, aviões e helicópteros. A maioria dos incidentes com derramamentos de óleo ocorreram no Golfo e no rio Mississippi.
Alguns dos incidentes incluem um oleoduto quebrado perto de Port Fourchon, que produziu uma mancha de 18 quilômetros de comprimento, e a inundação completa na refinaria Phillips 66, na Alliance, abaixo de Belle Chasse, que sujou pelo menos 90 aves. Em ambos os casos, o vazamento de óleo parecia ter sido interrompido ou contido na terça-feira, nove dias após a passagem de Ida. A Talos Energy foi alertada sobre a ruptura do oleoduto perto de Port Fourchon. A empresa instalou uma cúpula de contenção para capturar e recuperar o óleo vazado. Posteriormente, a Talos informou que o gasoduto pertencia a uma outra empresa.
Malek-Wiley disse que os danos ambientais causados por centenas de derramamentos podem ser amplos. “Se for em águas abertas no Golfo ou nas zonas húmidas da costa, pode haver muitos impactos para as aves marinhas, peixes e outras formas de vida aquática.” Nenhum dos mais de 2.000 incidentes relatados listados parecia envolver descarga de um oleoduto ou um poço ativo, disseram oficiais da Guarda Costeira. Cerca de 830 foram avaliados pela Guarda Costeira. Destes, cerca de 10% não puderam ser verificados ou não apresentavam poluição visível no local. Cerca de 650 dos relatórios exigiram limpeza ou transferência de responsabilidade para uma jurisdição local. A Guarda Costeira supervisionou diretamente 454 limpezas ou esforços de mitigação até agora. Ainda não se sabe quanto óleo e outros poluentes foram lançados. Juntos, os derramamentos desencadeados pelo Katrina foram estimados em quase 11 milhões de galões, quase igual à quantidade de óleo liberada durante o desastre do Exxon Valdez, em 1989, no Alasca.
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