UNIGEL SUSPENDE AS DEMISSÕES DE 264 FUNCIONÁRIOS E VAI VOLTAR A OPERAR SUA PLANTA DE FERTILIZANTES NA BAHIA

A Unigel decidiu suspender o instrumento de aviso prévio dos colaboradores da sua unidade de produção de fertilizantes no Polo Petroquímico de Camaçari (BA), depois de muitas tratativas e negociações. A empresa, uma das maiores químicas da América Latina e maior fabricante de fertilizantes nitrogenados do país, disse que continua em negociação para viabilizar a operação da Unigel Agro Bahia e segue confiante que chegará em uma boa solução para as partes. No dia 4 deste mês a companhia anunciou que passava por graves dificuldades e sua controladora, a empresa Proquigel, determinou a paralisação de suas atividades industriais. A direção fez um comunicado ao sindicato informando da decisão, que implica na demissão de 264 trabalhadores. Segundo a empresa, a unidade de Camaçari opera de maneira deficitária desde o fim de 2022, em razão do custo do gás natural fornecido pela Petrobrás, que torna o preço final do produto acabado, os fertilizantes, impraticável face aos preços praticados no mercado internacional.

“Estamos atravessando a pior crise que o setor Petroquímico já viveu em anos. Paralelo a isso, as condições de competitividade com o mercado internacional tornam tudo ainda mais complexo, mesmo assim nunca desistimos e seguimos firmes no propósito de continuar produzindo fertilizantes nitrogenados, matéria-prima tão necessária ao país. Os trabalhadores serão mantidos e retomaremos a produção em Camaçari assim que possível“, disse o CEO da Unigel, Roberto Noronha Santos. Além disso, a empresa continua em tratativa com a Petrobrás voltada para os projetos da companhia focados em energia renovável e fertilizantes, conforme comunicado veiculado em junho deste ano.

Em plena operação, a fábrica de Camaçari tem capacidade de produzir 475 mil toneladas de amônia e 475 mil toneladas dos diversos tipos de ureia ao ano. Noronha reforça que a retomada é uma prioridade nacional: “Convivemos com uma ampla dependência de fertilizantes nitrogenados vindo de outros países. Hoje 85% da demanda é atendida por importação. Consequentemente, ter uma produção no Brasil é essencial para garantir a redução da vulnerabilidade do país e a segurança dos nossos clientes“, concluiu.