AF CONSULT VÊ PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA COMO MELHOR OPÇÃO PARA CONSTRUÇÃO DE NOVAS USINAS NUCLEARES NO BRASIL

Por Bruno Viggiano (bruno@petronoticias.com.br) – 

Carlos Alberto Costa FilhoAtuante em 80 países, o grupo AF Consult tem 120 anos de atividade em engenharia consultiva, e está presente no Brasil desde 2012, com foco local nas áreas automotiva, de celulose e de energia nuclear. A recente sinalização de que novas usinas nucleares devem ser construídas no país nos próximos anos chamou a atenção da empresa, que está animada com as perspectivas de um novo impulso na indústria brasileira. De acordo com o diretor da AF Consult no Brasil, Carlos Alberto Costa Filho, a companhia já está participando do projeto de Angra 3, prestando serviços tanto por meio da subsidiária brasileira como das unidades da Finlândia e da Suíça. Costa Filho ressalta ainda que somente com a construção de novas usinas que poderá ser criada uma cadeia local de fornecedores para o setor nuclear, destacando que a forma ideal para a instalação das novas plantas seria a parceria público-privada. “O novo modelo a ser implementado deve liberar o Governo Federal do custo de financiar a nova planta, já que as questões orçamentárias estão no topo da lista de dificuldades para esse projeto”, afirma.

Como é a atuação da AF Consult no Brasil?

O grupo tem 120 anos, fundado em 1895, na Suécia, e ao longo desse tempo a empresa cresceu muito. Nós somos o grupo de engenharia consultiva líder no mundo, com ações vendidas na bolsa, e uma equipe de mais de 7.500 engenheiros. Temos escritórios em 20 países e atuação estendida a outros 60. No Brasil, especificamente, estamos operando desde 2012, apenas em três das diversas áreas em que o grupo atua: energia nuclear, indústria de celulose e indústria automotiva.

Como é a atuação da AF Consult no setor nuclear brasileiro?

Hoje o nosso maior cliente é a Eletronuclear. Estamos envolvidos na prestação de serviços menores para a estatal. No projeto eletromecânico do reator para Angra 3, por exemplo, a AF Finlândia está prestando serviços, com o auxílio da AF Brasil. O depósito de combustível usado, na mesma usina, também é um projeto da AF. Mas, nesse caso, da AF Suíça.

Como a AF vê esse o momento de retomada do programa nuclear brasileiro?

A AF vê com entusiasmo o Brasil voltar a mostrar interesse em expandir seu número de usinas nucleares. O país sempre foi encarado como estratégico pelo grupo para este segmento. O Brasil tem o ciclo completo de geração nuclear à sua disposição e um potencial muito grande para desenvolvimento desse segmento.

Qual seria o modelo ideal para a instalação dessas novas usinas?

A melhor saída ainda é um modelo de parceria público privada. A participação da Eletronuclear não pode ser dispensada, já que a companhia domina o conhecimento necessário para a atividade nuclear. O novo modelo a ser implementado deve liberar o Governo Federal do custo de financiar a nova planta, já que as questões orçamentárias estão no topo da lista de dificuldades para esse projeto.

Como expandir a cadeia de fornecedores voltados para o segmento nuclear no Brasil?

Uma rede de empresas voltadas para o fornecimento de bens e serviços voltados para a atividade nuclear só é possível com um forte investimento em novas unidades. Criar um time local só pode ser feito com o passar do tempo, com a prática. Na Suécia, por exemplo, a AF Consult tem a Nuclear Academy, uma iniciativa para preparar consultores voltados especificamente para atender as demandas da indústria de energia nuclear e de seus órgãos reguladores.

Qual o número ideal de usinas a serem construídas no Brasil?

É muito difícil falar em números, mas quanto mais usinas nucleares o Brasil tiver em operação, melhor para o país. Tentando ser mais preciso, acredito que, até 2030, um número entre 12 e 20 novas usinas seria bastante interessante.

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