AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ATÔMICA DIZ QUE IRÃ ESTÁ ENRIQUECIMENTO URÂNIO SEMELHANTE AO DE PRODUÇÃO DE ARMAS
A posição dos Estados unidos no Afeganistão, deixando a população a própria sorte dos radicais Talibãs, apoiados pelo Irã, parece ter dado mais coragem aos iranianos para elevar o nível de enriquecimento de urânio em suas centrífugas a um nível semelhante ao de armas. A informação é da própria Agência Internacional de Energia atômica (AIEA) em um relatório enviado aos países que compõem o acordo nuclear com o Irã: Alemanhã, França, Reino Unido e o próprio Estados Unidos. Essa medida aumenta as tensões ainda mais com o Ocidente, no momento em que os dois lados tentam retomar as conversas sobre a reativação do acordo nuclear de Teerã. O Irã aumentou o nível de pureza físsil com que está refinando o urânio de 20% em abril para mais de 60% em reação a uma explosão e um blecaute em sua instalação de Natanz que prejudicou a produção na principal planta subterrânea de enriquecimento do local. Para lembrar, Teerã atribuiu o ataque a Israel. O nível para uso em armas é de cerca de 90% de pureza.
O Irã reiterou que seu programa nuclear é pacífico e disse ter informado a AIEA sobre suas atividades de enriquecimento. O país acrescentou que seu afastamento do pacto de 2015 seria revertido se os Estados Unidos voltassem ao acordo e suspendessem sanções: “Se as outras partes retomarem suas obrigações conforme o acordo nuclear e Washington suspender de forma total e verificável suas sanções unilaterais e ilegais… toda a mitigação e as contramedidas do Irã serão reversíveis”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Saeed Khatibzadeh(foto).
Em maio, a AIEA relatou que o Irã estava usando uma cascata de centrífugas avançadas para enriquecer a até 60% na planta piloto de enriquecimento de Natanz. A agência informou agora aos seus países-membros que o Irã também está usando uma segunda cascata para este fim. A medida é a mais recente de muitas do Irã que violam as restrições impostas pelo acordo nuclear de 2015, que limitou em 3,67% a pureza com que Teerã pode refinar o urânio. Os Estados Unidos, que se retiraram do acordo no governo do ex-presidente Donald Trump, e seus aliados europeus, alertam que tais ações ameaçam as conversas para a reativação do pacto, atualmente suspensas.
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